Uma operação conjunta envolvendo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Conselho Tutelar e a Vigilância Sanitária resultou na interdição de um alojamento irregular que abrigava adolescentes jogadores de futebol em Curitiba. A ação, realizada na quarta-feira (4), revelou condições inadequadas de moradia e a falta de supervisão adulta para os jovens residentes, com idades entre 14 e 17 anos.
Os agentes encontraram o local em condições precárias, com medicamentos vencidos, alimentos armazenados de maneira inadequada e uma notável falta de higiene. Ao todo, 19 adolescentes foram encontrados vivendo no alojamento, muitos deles provenientes de diferentes regiões do Brasil, incluindo interior do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Acre, e até mesmo do Paraguai.
A investigação destacou que os jovens, que sonhavam com uma carreira no futebol, estavam sendo mantidos no local sem qualquer estrutura legal ou proteção adequada. Muitos dos atletas resgatados não estavam frequentando a escola, um direito fundamental garantido pela legislação brasileira. Além disso, a operação revelou que o alojamento não possuía alvará de funcionamento como estabelecimento comercial, albergue ou unidade de acolhimento institucional, o que caracteriza uma série de irregularidades legais.
As famílias dos jovens pagavam uma taxa mensal de R$ 1.800 pela hospedagem. No entanto, o MP-PR indicou que o local já havia sido alvo de uma interdição anterior, menos de seis meses antes, mas voltou a operar de forma irregular. O nome do responsável pelo alojamento não foi divulgado, e o caso segue em investigação pelas autoridades competentes.
Os adolescentes que treinavam na escola de futebol Azzurra, localizada no bairro Capão Raso, estavam participando das atividades sem qualquer contrato formal. Em nota, a Azzurra afirmou que não mantém parceria ou relação comercial com o alojamento e que a responsabilidade pela moradia dos atletas é dos pais ou tutores.
Com a interdição do alojamento, os atletas serão enviados de volta para suas casas, com o custo das passagens coberto pelo poder público. Até que a situação seja regularizada, os adolescentes serão acolhidos em abrigos mantidos pela prefeitura de Curitiba, garantindo a sua segurança e o cumprimento dos seus direitos básicos.