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A trajetória da primeira estudante síria da UFPR

XV CURITIBA
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Lucia Loxca, estudante de Arquitetura e Urbanismo, viu em Curitiba uma chance de recomeçar

Reportagem: Thays Cristine | Edição: Helena Salvador

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A imigrante em seu país (Foto: acervo pessoal)

 

Deixar o país de origem para recomeçar a vida em outro continente não é fácil. Enfrentar outra cultura, outros costumes e outro idioma se torna ainda mais difícil quando essa mudança vem às pressas.

 

Foi quando o governo permitiu a abertura de caminhos para a chegada de mantimentos à cidade de Aleppo que Lucia Loxca (25), seu marido Abed e a família viram uma oportunidade de escapar do atual conflito Sírio. Devido à guerra civil que perdura desde 2011, eles decidiram, em dezembro de 2013, que Curitiba — localizada a 11.339 quilômetros de distância — seria seu novo lar.

Em Curitiba, apesar da falta de assistência aos refugiados, a família síria conseguiu regularizar os documentos e, em 2014, Lucia ingressou na Universidade Federal do Paraná. Ela já havia cursado três anos em sua cidade natal e, após conseguir vaga em Arquitetura e Urbanismo, foi a primeira refugiada a ingressar na UFPR . “Pra mim foi muito importante conseguir essa vaga e poder continuar meu curso. Gosto muito da Federal”, ela conta.

Apesar de inicialmente se comunicar apenas em inglês com os colegas e professores da faculdade, Lucia aprendeu português em seis meses e hoje se comunica facilmente . Ela conta que nunca havia escutado o idioma e, apesar de ser difícil de aprender, considera o português uma língua bonita. A estudante, que também é musicista e apaixonada pelo pão de queijo curitibano, cita a diversidade cultural como uma das qualidades da cidade. “Você vê muita cultura. Uma família italiana, outra alemã, outra haitiana. Gosto disso”, comenta.

Apesar da facilidade de adaptação de Lucia, o grupo de refugiados na cidade ainda é pequeno e muitos deles não conhecem seus direitos. Quando têm alguma dúvida, Lucia precisa solicitar junto ao consulado sírio da cidade. O requerimento então é levado à embaixada em Brasília, volta ao consulado e só então o requerimento é atendido. Para tentar mudar a situação e ajudar os refugiados ela pretende, em seu Trabalho de Conclusão de Curso, criar um projeto que sirva como guia para que outros imigrantes passem a ter uma assistência adequada quando chegarem em terras brasileiras. “A ideia é criar um projeto para que todos os refugiados — não apenas os sírios, mas todos — possam ter condições adequadas para recomeçar a vida”, destacou a estudante.

Entenda a situação da Síria

Desde janeiro de 2011 os sírios vivem uma guerra civil. Opositores ao governo querem a saída do atual presidente do país, Bashar Al-Assad, buscando um processo de renovação política.Até agora, mais de 200 mil pessoas foram mortas e aproximadamente 5 milhões estão refugiadas.

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