As chuvas incessantes que começaram em 27 de abril no Rio Grande do Sul intensificaram-se consideravelmente, causando uma situação calamitosa no estado. Segundo dados recentes da Defesa Civil, o número de mortos confirmados já alcança 90, enquanto outras 132 pessoas ainda estão desaparecidas. Além disso, 361 pessoas sofreram ferimentos devido à tragédia, que já afetou mais de 1,3 milhão de pessoas.
Atualmente, mais de 155 mil pessoas encontram-se desalojadas e outras 48 mil foram acomodadas em abrigos temporários. Este desastre já é considerado mais grave que a tragédia ambiental ocorrida em setembro de 2023, que vitimou 54 pessoas.
A instabilidade climática continua a preocupar as autoridades e a população, pois o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertou para a chegada de mais chuvas, acompanhadas de granizo e ventos que podem ultrapassar 100 km/h, ao extremo sudeste do estado nesta terça-feira. A previsão para quarta-feira indica a formação de um ciclone extratropical que deve trazer ainda mais chuvas e uma queda significativa nas temperaturas.
Os problemas se estendem além das enchentes e deslizamentos, com cerca de 650 mil pessoas sem acesso a água potável e 451 mil locais sem energia elétrica. A Corsan reportou que 28% de seu público está sem abastecimento de água. Em Porto Alegre, a situação é dramática; o prefeito Sebastião Melo destacou as dificuldades enfrentadas para receber doações devido ao bloqueio de estradas e à elevação recorde do Rio Guaíba.
As infraestruturas educacionais também foram severamente atingidas, com 790 escolas afetadas e mais de 273 mil estudantes impactados. No que tange à malha rodoviária, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) relatou que 95 trechos em 41 rodovias apresentam bloqueios totais ou parciais, complicando ainda mais a logística de transporte e ajuda.
Este cenário catastrófico no Rio Grande do Sul demanda uma resposta rápida e eficaz das autoridades e da comunidade para mitigar o sofrimento dos afetados e preparar o estado para os desafios que ainda podem surgir com as previsões de mais chuvas.