Aumentou o número de emas que vivem no Zoológico de Curitiba, no Alto Boqueirão. No dia 16 de outubro, nasceram quatro filhotes. Um não sobreviveu e os outros três correm soltos pelo recinto de 1.355 metros quadrados, podendo ser vistos pelos visitantes. Esses são os primeiros nascimentos de emas cuidadas e criadas pelos pais nos últimos 16 anos da unidade de conservação.
Até 16 de novembro, quatro emas viviam no recinto. Duas fêmeas e dois machos. Agora são sete aves, mas esse número deve aumentar em breve. Depois do nascimento, as fêmeas fizeram novas posturas de ovos e os machos estão fazendo um novo processo de chocagem.
De acordo com a bióloga e chefe de Serviço de Fauna do Zoológico de Curitiba, Nancy Banevicius, as emas são espécies de aves do grupo ratitas, não conseguem voar e são os machos que chocam os ovos e criam os filhotes após o nascimento.
Dois novos ninhos foram preparados no recinto e os dois machos estão chocando os ovos. Um ninho está com 11 ovos e o processo de chocagem está com cerca de 20 dias. O outro ninho está com mais sete ovos e o macho está há uma semana chocando.
“Só um dos machos fez o acasalamento, mas o outro está ajudando com os ovos. Eles ficam em cima dos ovos chocando. A ema é a maior ave do Brasil, os machos podem chegar a 1,40 metro de altura com o pescoço esticado. As fêmeas podem chegar a até 1,20 m de altura”, explicou Nancy.
O crescimento dos filhotes também é rápido. Em dois meses eles dobram de tamanho e podem chegar ao tamanho de uma fêmea.
Velozes e ameaçadas
As emas são encontradas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul. No Paraná é possível encontrá-las nos Campos Gerais e na divisa com o Mato Grosso do Sul. Elas também estão no Pantanal, em Campo Grande, no Mato Grosso, e na região da caatinga no Nordeste.
As emas vivem cerca de 40 anos, têm pernas longas, fortes, e podem atingir até 80 km/h na corrida. “Ficamos superfelizes com o nascimento dos filhotes. As emas são consideradas espécies vulneráveis, um nível antes de ameaçada. Mas existem regiões que já estão ameaçadas de extinção. Os principais fatores são a caça e a degradação do ambiente”, explicou Nancy.
Bem tratados
Os filhotes recebem cuidado especial dos tratadores Fabiano dos Santos e Leonardo Barbosa, que além de levar alimentação todos os dias, sempre dão uma olhada no recinto para ver como eles estão e os novos ovos nos ninhos.
Das quatro emas adultas, o primeiro macho chegou em outubro de 2016 ao Zoo de Curitiba. As outras três aves, um macho e duas fêmeas, chegaram juntas em julho de 2023. Na primeira estação reprodutiva dos animais não houve êxito. Agora, no final de 2024, já nasceram três filhotes e estão sendo chocados outros 18 ovos.
Até o dia 15 de novembro, nasceram 57 filhotes de animais no Zoológico de Curitiba.
Zoo de Curitiba
O Zoo é responsável pelo cuidado de mais de 1,8 mil animais, que ficam na área de visitação. São cerca de 589 mil metros quadrados, com aproximadamente 165 recintos. Entre os animais, estão alguns de espécies nativas ameaçadas, inseridos em programas nacionais de conservação.
Mais de 70% dos animais vieram de situações de intervenção humana (apreensões, tráfico, circos, maus-tratos) que impossibilitaram sua soltura na natureza. Hoje, recebidos pelo Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs), também encontram abrigo e cuidado na unidade de conservação do Alto Boqueirão.
Serviço
Zoo de Curitiba
Endereço: Rua João Micheletto, nº 1500 – bairro Alto Boqueirão
Horários de visitação: das 10h às 16h, de terça a domingo. Segundas-feiras são para serviços internos de manutenção.