A companhia aérea Voepass confirmou, nesta segunda-feira (14), a demissão de parte de sua equipe, em meio a uma grave crise enfrentada desde a suspensão de seus voos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os desligamentos atingem integrantes da tripulação, funcionários aeroportuários e profissionais de áreas administrativas, mas a empresa não divulgou o número total de demitidos.
A decisão foi comunicada por meio de um e-mail assinado pelo presidente da companhia, José Luiz Felício Filho, que classificou o momento como “difícil e doloroso”. O executivo atribuiu os cortes à suspensão total dos 16 voos operados pela empresa, determinada pela Anac em março deste ano, após uma fiscalização que apontou falhas operacionais e regulatórias.
A crise da Voepass se intensificou desde agosto de 2024, quando a queda de uma de suas aeronaves resultou na morte de 62 pessoas em Vinhedo, interior de São Paulo. Desde então, a companhia vem enfrentando dificuldades financeiras e tenta viabilizar um processo de reestruturação.
Em nota oficial, a empresa afirmou que a suspensão das atividades impactou diretamente o seu fluxo de caixa, dificultando a continuidade das ações previstas para recuperação financeira. A Voepass informou também que mantém diálogo com os sindicatos durante a condução das demissões.
Sobre o futuro das operações, a empresa disse estar empenhada em comprovar à Anac sua capacidade de operação e restaurar o Certificado de Operador Aéreo (COA), atualmente suspenso. A malha aérea da companhia também está sendo reavaliada, o que, segundo a empresa, influencia diretamente no dimensionamento do quadro de colaboradores.
A Anac declarou que a Voepass só poderá retomar os voos após a correção de todas as irregularidades identificadas durante a fiscalização.