O rapper Jupitter Pimentel, que se identifica como “boyceta”, se manifestou publicamente após ser ironizado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL). O parlamentar compartilhou um vídeo nas redes sociais onde Jupitter participava de um podcast discutindo sua identidade de gênero. Após o trecho do podcast, Nikolas faz gestos sarcásticos, sugerindo que queria fazer um comentário, mas acaba dizendo: “não tenho mais dinheiro pra pagar advogado, não”.
Em resposta, Jupitter reafirmou sua identidade com firmeza. “Isso só me dá mais força e garra pra chegar onde eu quero chegar. E eu sou boyceta, sim. Eu sou não binário, sim. Eu sou transmasculino, sim. E vocês vão ter que me engolir”, disse o artista.
Jupitter Pimentel é um rapper e produtor cultural transmasculino de São Paulo, nascido na zona norte da capital. Ele começou a compor aos 12 anos e participou de batalhas de rap durante a adolescência com o grupo Rimologia. Suas letras frequentemente abordam temas como gênero, gordofobia e transfobia. Além de seu trabalho solo, Jupitter integra o grupo Rap Plus Size com Sarah Donato e DJ Tayan.
O termo “boyceta”, adotado por Jupitter, é um conceito originado na cena do rap paulistano para descrever uma identidade não-binária. Jupitter explica: “Eu sou uma pessoa transmasculina, mas minha identidade de gênero mesmo é boyceta. Sou uma pessoa de gênero fluido, então entendo as nuances do gênero. Ser boyceta me dá muita liberdade de expressar minha feminilidade quando eu quero e ter essa identidade meio bixa, que é muito bom. Meu gênero flui dependendo do espaço, eu não controlo, mas algumas vezes eu controlo.”
Veja o vídeo:
Ver essa foto no Instagram