Em depoimento para o XV Curitiba, o motorista de aplicativo Egmar de Paula, de 55 anos, relatou momentos de terror vividos na noite de sábado (5), após o jogo do Athletico Paranaense, quando teve seu carro depredado por um grupo de torcedores do Furacão, nas proximidades da Arena da Baixada, em Curitiba.
Egmar contou que havia assistido à partida com seu filho, e após deixá-lo em casa no bairro Capão Raso, decidiu iniciar uma jornada de trabalho como motorista de aplicativo. Pouco tempo depois, recebeu uma chamada para buscar quatro jovens na região da Água Verde. “Chegando lá, eram quatro garotos, estavam vestidos com a camisa do Coxa, inclusive jaqueta, tudo”, relatou.
Durante o trajeto com os passageiros, ao passar pela Rua Brigadeiro Franco, o carro de Egmar ficou preso no trânsito e acabou sendo cercado por dezenas de torcedores do Athletico. “Vieram uns 20, 30 em cima dos carros, apedrejando, subindo no capô, no teto, gritando se tinha coxa-branca dentro”, contou. Ele disse que os agressores estavam exaltados e violentos.
Egmar viu seu carro ser destruído. O grupo quebrou o vidro lateral traseiro e também o vidro vigia (traseiro). Um dos agressores chegou a abrir a porta do veículo, agrediu um dos passageiros e tentou arrastá-lo para fora do carro. “Ele saiu sangrando, machucado na boca. Os outros também estavam apavorados. Se algum caísse no chão, podia não ser só prejuízo material, podia terminar em tragédia”, desabafou.
Com muito esforço, Egmar conseguiu escapar buzinando e manobrando entre os carros parados. Conseguiu atravessar a via e fugir. Em segurança, estacionou o carro na Marechal Floriano Peixoto, acionou a Uber e foi orientado a registrar boletim de ocorrência. Ele procurou a Delegacia de Flagrantes e depois foi direcionado ao 2º Distrito Policial, que assumirá a investigação.
O veículo, um Nissan Leaf alugado por R$ 1.250 por semana, sofreu danos significativos. “O seguro não cobre vandalismo. Agora estou sem poder trabalhar e ainda preciso arcar com o conserto”, disse. Os reparos estão estimados em cerca de R$ 12 mil, incluindo vidros, lanternagem e mão de obra.
Egmar, torcedor do Athletico há décadas, lamenta o episódio. “Tenho 55 anos, acompanho o Furacão com meu filho, já viajamos para Buenos Aires e Montevidéu. Mas sair de casa para um jogo e voltar com o carro destruído por gente que veste a mesma camisa que a minha… Isso não é torcedor, é criminoso”, afirmou.
Ele espera que os responsáveis sejam identificados e cobra mais segurança nos arredores dos estádios em dias de jogos. “A gente vai para torcer, para viver o futebol. Não para sair machucado ou sem poder trabalhar”, concluiu.
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