No primeiro pronunciamento público após a tragédia aérea que vitimou 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo, o presidente da companhia Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, expressou suas condolências às famílias das vítimas e destacou o compromisso contínuo da empresa com a segurança operacional. Em um discurso marcado pelo tom de pesar, o comandante, que lidera a empresa desde 2004, assegurou que a Voepass sempre seguiu as melhores práticas internacionais de segurança, ressaltando que a vida dos passageiros e tripulantes é a prioridade número um da companhia.
Com uma carreira de mais de 30 anos como piloto, Felício Filho reiterou que a empresa está empenhada em prestar total assistência às famílias atingidas pelo acidente. Segundo ele, a Voepass se responsabiliza integralmente por todas as despesas relacionadas ao transporte, hospedagem, alimentação, translado e apoio psicológico para os afetados. “Toda a nossa equipe está voltada para garantir a assistência irrestrita aos familiares das vítimas”, afirmou, assegurando que a companhia não medirá esforços para apoiar os enlutados neste momento difícil.
O acidente, ocorrido na sexta-feira, 9 de agosto, é o maior em número de vítimas no Brasil desde 2007. A aeronave, um ATR-72-500 da Voepass, decolou às 11h56 e seguia em um voo aparentemente normal até as 13h21, quando começou a perder altitude de forma brusca. De acordo com registros da plataforma Flightradar, o avião, que atingiu a altitude de 5 mil metros às 12h23, começou a descer rapidamente às 13h21, caindo cerca de 4 mil metros em apenas um minuto. A velocidade durante essa queda chegou a 440 km/h.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo a partir das 13h21 e não reportou nenhuma emergência ou condição meteorológica adversa. Às 13h26, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) acionou o “Salvaero”, que localizou a aeronave acidentada dentro de um condomínio em Vinhedo.
O ATR-72-500, fabricado pela ATR, é um modelo conhecido por sua capacidade de operar em aeroportos de pistas curtas e de difícil acesso, sendo amplamente utilizado em regiões como a Ásia. A aeronave acidentada, com 14 anos de fabricação, estava com a documentação em dia e seus tripulantes possuíam habilitação válida. Com 74 assentos, o avião tem uma velocidade de cruzeiro de 511 km/h e uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros.
O CEO da Voepass, Eduardo Busch, também se pronunciou, garantindo que os pilotos eram experientes e que todos os sistemas da aeronave estavam em perfeito funcionamento no momento da decolagem. Em nota oficial, a Voepass destacou que está colaborando efetivamente com as autoridades para a apuração das causas do acidente.