Após a rejeição da concessão do título de Vulto Emérito ao ator Alexandre Nero pela Câmara Municipal de Curitiba, a vereadora Giorgia Prates (PT), responsável pela proposta, divulgou um vídeo nas redes sociais criticando parlamentares da direita que se posicionaram contra a homenagem. No conteúdo publicado, ela destaca falas dos vereadores João Bettega (União) e Guilherme Kilter (Novo), que justificaram seus votos contrários com críticas ideológicas ao ator.
Durante a sessão, os parlamentares mencionaram repetidamente a filiação política de Alexandre Nero, referindo-se a ele como “petista” e “militante”. Além disso, citaram declarações antigas do ator sobre Curitiba e o classificaram como alguém que desrespeitou a cidade. Em um dos trechos exibidos no vídeo, um dos vereadores afirma: “Curitibano é fascista”, atribuindo a frase ao artista e alegando que era impossível aprovar a homenagem devido a essa suposta ofensa à população local.
Giorgia Prates rebateu as declarações, destacando o que classificou como um debate desqualificado dentro da Câmara. No vídeo, ela argumenta que Nero jamais generalizou suas críticas à cidade e que opiniões políticas não deveriam invalidar o reconhecimento da trajetória artística de um dos maiores atores curitibanos. “Se não somos fascistas, então não devemos agir como tais”, afirmou a parlamentar.
A vereadora também comparou a postura dos colegas com outras homenagens já aprovadas no Legislativo municipal. Segundo ela, há contradições na concessão de títulos, já que figuras polêmicas também foram agraciadas no passado. Além disso, criticou a postura de alguns vereadores, que, segundo ela, fazem uso de discursos inflamados e distorcem falas para alimentar narrativas políticas.
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A polêmica gerou grande repercussão dentro e fora da Câmara, evidenciando um embate ideológico na casa legislativa. Alexandre Nero, reconhecido nacionalmente por papéis de destaque na televisão e no cinema, tem uma trajetória artística consolidada, mas sua posição política acabou se tornando o foco principal do debate. A rejeição da homenagem levanta discussões sobre os critérios adotados para conceder títulos honorários na cidade e a influência da polarização política nas decisões parlamentares.