O setor varejista no Brasil vive um dos momentos mais desafiadores de sua história recente. Grandes redes como Americanas, Carrefour, Casas Bahia e Marisa fecharam centenas de lojas em todo o país, entre 2023 e 2024 resultando na demissão de mais de 35 mil trabalhadores. Este movimento reflete a gravidade da crise enfrentada por essas empresas, que buscam sobreviver em um ambiente econômico cada vez mais hostil.
A situação é especialmente crítica para a Americanas, que foi abalada por um escândalo contábil que revelou um rombo de R$ 25,2 bilhões em janeiro de 2023. Desde então, a empresa tem enfrentado dificuldades para manter suas operações, o que levou ao fechamento de 152 lojas e à demissão de 13.875 funcionários. A reestruturação drástica reduziu o quadro de empregados da empresa de 43.123 para 32.248, em uma tentativa de se ajustar à nova realidade.
Nas Casas Bahia, o impacto também foi severo. A empresa decidiu fechar 55 lojas ao longo de 2023, com 17 dessas ocorrendo no último trimestre. Essas ações resultaram na demissão de 8,6 mil funcionários. Com um prejuízo de R$ 1 bilhão registrado no quarto trimestre de 2023, a empresa está reavaliando suas operações, incluindo uma significativa redução de 42% em sua alta liderança.
O Carrefour, outra gigante do setor, não ficou imune à crise. Com um prejuízo de R$ 565 milhões no último trimestre de 2023, a empresa fechou 123 lojas e anunciou a demissão de até 12,5 mil trabalhadores. A Marisa fechou 91 lojas em 2023, além de um prejuízo líquido ajustado de R$ 101,3 milhões no quarto trimestre de 2023, queda de 51,8% ante o prejuízo de R$ 210,1 milhões registrado no mesmo período de 2022, impactados pelos desafios impostos pela reestruturação em 2023, informou a empresa.
Essas demissões em massa e fechamento de lojas são um reflexo das dificuldades enfrentadas pelo varejo brasileiro, que precisa se adaptar rapidamente a um mercado em mudança. As empresas estão buscando formas de operar de maneira mais eficiente, muitas vezes focando em digitalização e fortalecimento do e-commerce, como forma de se manterem competitivas.
Para os consumidores, as consequências dessas mudanças podem incluir menos opções de compra e possíveis aumentos de preços, à medida que as empresas tentam equilibrar suas finanças.