As empresas que ainda não operavam com pagamento digital sentiram a diferença que esta modalidade pode fazer no atendimento. Durante a pandemia, com a maioria dos serviços presenciais sofrendo restrições, o e-commerce e os meios digitais de transações cresceram de maneira significativa. Em 2020, o comércio eletrônico teve sua maior alta no Brasil nos últimos 20 anos e, para este ano, a projeção é de crescer 26%, segundo estudo da Ebit|Nielsen. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico registrou 150 mil novas lojas virtuais, só no primeiro semestre do ano passado.
Esses dados refletem uma mudança de comportamento que terá grande influência no mercado pós-pandemia. Das pessoas que compraram online em 2020, segundo a Ebit|Nielsen, 95% pretendem fazer novas compras neste formato no futuro. O que antes parecia um grande investimento para empreendimentos de pequeno porte, o digital vem se tornando não só uma alternativa, mas essencial nesse momento. “Se antes a venda online estava sendo analisada ou postergada, ela precisou acontecer, não teve como fugir”, analisa a Product Manager do time de Produto da fintech Juno, Bruna Rasmussen. “O médio e pequeno empreendimento que funcionava de forma presencial, sem venda online, foi o mais impactado pela pandemia, no sentido de que precisou adaptar seu modelo de negócio, ferramentas e expertise para sobreviver”, explica.
A implementação do Pix e a rápida resposta dos consumidores são alguns sinais de que o público está preparado para o comércio digital, o que estimula lojas e empresas a se adaptarem. “As vendas online foram facilitadas pelas redes sociais e ferramentas como WhatsApp, que permitem comunicação rápida e direta com clientes e divulgação de produtos e serviços. Pode-se vender online sem precisar ter um e-commerce propriamente dito, não exige grandes aprendizados ou investimento”, comenta Bruna. “Surge a necessidade de encontrar alternativas digitais à maquininha (POS) e ao dinheiro em espécie. O Pix teve uma explosão de adoção e uso, e meios de pagamentos como boleto e cartão de crédito também seguem sendo muito usados pelo pequeno e médio negócio”, conta a especialista.
Soluções digitais
“Alternativas digitais a todos os serviços acabaram sendo pauta, especialmente durante o período de início das restrições devido a pandemia – delivery, entretenimento virtual e e-commerce tiveram crescimento”, opina a product manager da Juno. “Todos buscavam soluções digitais para seus problemas, e barreiras de receio ou apreensão em relação às soluções apresentadas por fintechs foram caindo. O digital deixou de ser o diferente e passou a fazer parte do dia a dia”, detalha Bruna Rasmussen.
O ramo gastronômico foi um que mostrou avanços significativos em soluções digitais. O iFood, por exemplo, revelou que teve um aumento de 45% no número de pedidos em agosto passado, comparando com março do mesmo ano, e quase duplicou o número de restaurantes registrados em sua plataforma. Muitas pessoas que nunca tinham pedido comida por aplicativos, hoje já se acostumou com a praticidade, e os empresários precisam seguir este fluxo. “O pequeno e médio empresário que passou a vender online percebeu que isso não é um bicho de sete cabeças, ele confia no Pix, que passou a servir como base de comparação com outros serviços digitais”, diz a especialista. “Soluções como o Link de Pagamento da Juno são funcionalidades que facilitam muito a venda em canais online; o empresário pode vender onde quiser, seja por redes sociais ou no seu site, e ofertar boleto ou cartão para pagamento, o que trouxer mais flexibilidade pra a venda”, complementa.
Facilidades
Os meios de pagamento digitais oferecem ainda outras facilidades, que também fazem a diferença para os pequenos e médios empresários que evitam grandes gastos para implementar estas novidades. “Não tem segredo abrir uma conta digital, mas exige entender a proposta de valor do serviço e dar um voto de confiança. O empresário que quer abrir uma conta PJ busca taxas justas, experiência de uso facilitada, sem burocracia e um bom atendimento”, explica a Product Manager.
Bruna Rasmussen dá outras dicas na hora de analisar um formato de pagamento digital para empresas: “É importante avaliar os meios de pagamento disponíveis (cartões de crédito ou débito, boleto, Pix etc.) e regras de negócio envolvendo o pagamento, como definição de prazo de pagamento, descontos e recorrência. A facilidade de uso e gestão também é fundamental: a solução de pagamento que não estiver fazendo um exercício constante de enxugar burocracia e lapidar a experiência do usuário vai ter cada vez menos espaço no mercado”, completa Bruna.