A Universidade Federal do Paraná (UFPR) deu início ao ano letivo com uma mensagem de acolhimento aos novos estudantes, mas um detalhe na comunicação oficial gerou discussão entre alunos e internautas. Em uma publicação nas redes sociais, a instituição utilizou o termo “todes” e a palavra “calores” para se referir aos ingressantes, o que provocou críticas e questionamentos sobre a adequação linguística da mensagem.
O vídeo publicado pela UFPR dava as boas-vindas aos novos estudantes e reforçava a importância do acolhimento na universidade mais antiga do Brasil. O material ressaltava a necessidade de recepção respeitosa e inclusiva aos ingressantes, incentivando veteranos a auxiliarem os calouros em sua adaptação à vida universitária. No entanto, a escolha da linguagem neutra foi alvo de questionamentos.
Entre os principais pontos de crítica, muitos comentários destacaram que a expressão “bem-vindes” não segue a norma culta da língua portuguesa. Uma das mensagens que ganhou destaque afirmava: “Prezados, caso eu houvesse cometido, em minha redação, os mesmos erros gramaticais recentemente publicados, provavelmente não teria conquistado minha vaga na universidade.” O autor da crítica pediu que a página oficial da UFPR revisasse suas postagens para evitar equívocos linguísticos.
O debate sobre o uso da linguagem neutra em instituições públicas não é recente e tem dividido opiniões. Defensores da inclusão argumentam que a utilização de termos neutros visa garantir um ambiente mais acolhedor para pessoas não binárias e grupos que não se identificam com o padrão binário de gênero. Já os críticos afirmam que a adoção de tais expressões pode prejudicar a norma culta e dificultar a compreensão do texto formal.
Até o momento, a UFPR não se manifestou oficialmente sobre as críticas recebidas. O episódio reforça o debate sobre a evolução da linguagem e sua aplicação no contexto acadêmico, um tema que continua a dividir opiniões na sociedade.
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