Capa – Cred Cabron Studios
O grupo “Suraras do Tapajós” vem ganhando novos palcos e levando a cultura e o empoderamento feminino indígena para além dos seus territórios no estado do Pará, no Norte do Brasil. Nos próximos dias 2, 3 e 4 de novembro, às 20h, e, 5 de novembro, às 19h, o grupo se apresenta no feriadão de Finados pela primeira vez em Curitiba, em um show que exalta a natureza, a força feminina e a ancestralidade do seu povo, no palco do Teatro da CAIXA Cultural Curitiba (Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro). Os ingressos limitados já estão disponíveis com valores a partir de R$10 (meia entrada), na bilheteria física da CAIXA Cultural Curitiba.
Em 2018, nasceu o grupo de Carimbó “Suraras do Tapajós”, fazendo ecoar a voz indígena feminina para além de seus territórios ao tocar e cantar as pautas voltadas para o direito da mulher, a defesa do território, o cuidado com o meio ambiente e a preservação dos povos originários. O palco torna-se uma vitrine das vivências das mulheres indígenas e a musicalidade da floresta. Pela cultura tradicional, de forma linda e lúdica, as apresentações levam o público a um passeio pela riqueza musical paraense e a um mergulho na produção autoral local.
As “Suraras do Tapajós” tocam, cantam e dançam o Carimbó (uma manifestação cultural, declarada Patrimônio Imaterial em 2014, de suma importância para a identidade cultural amazônica e brasileira). O grupo, formado por jovens mulheres indígenas, que vivem às margens do Rio Tapajós, se uniu por meio da preocupação da luta em defesa dos direitos das mulheres, criando assim o primeiro coletivo de mulheres indígenas composto por diferentes etnias, denominado “Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós”. Ao longo de sua caminhada, elas foram tomando a frente de várias ações em prol da causa indígena sem deixar de lado sua ancestralidade e o cuidado com a espiritualidade feminina, de onde vem sua maior força. Assim, elas fazem questão de trazer aos seus shows os tradicionais cocares de penas indígenas e os grafismos, utilizados na face, braços ou pernas, feitos com tinta de jenipapo por elas mesmas. Trazem os adornos, biojoias e pulseiras, utilizadas no cotidiano que remetem à ideia de trabalho artesanal e produção local, e, dessa forma, carregam em seus visuais diversos símbolos de identidade, mantendo viva sua cultura indígena. Entre algumas de suas composições estão as músicas “Segredos da Floresta”, “Amazônia”, “Serpente Mulher”, “Guerreira Surara”, “Batuque de Alter”, “Guerreira Surara”, entre outras.
Na execução dos shows, se caracterizam com grandes e coloridas saias artesanais, que se desdobram no ar enquanto giram durante a dança, que se soma ao movimento do público, apontando o corpo um elemento fundamental não apenas na visibilidade, mas como uma ação musical. No palco, elas tocam as maracas feitas de cuia, os curimbós e banjo (que em determinadas canções dá lugar ao violão). As maracas marcam o andamento das canções e seu som também é utilizado na transição entre elas. O arranjo vocal das canções invariavelmente utiliza solista e coro (formado pelas que estão tocando as maracas e os curimbós) em sua execução, conforme a característica do carimbó.
Em seu show na CAIXA Cultural Curitiba, o grupo também apresentará as músicas do EP “Suraras do Tapajós”, e do álbum Kirībasáwa Yúri Yí-tá – A Força Que Vem Das Águas, lançado em 2021. Numa construção coletiva nascida em Alter do Chão (Amazônia paraense), o álbum contém uma forte introdução em Nheengatu – língua falada pelos povos do Baixo Tapajós e com oito faixas musicais disponíveis em todas as plataformas digitais. Já se apresentaram em festivais como o Coala Festival, a Virada Cultural Amazônia de Pé, Se Rasgum, Rec-Beat, Virada Cultural SP e fizeram um show virtual no Rock in Rio, criado especialmente para a “Nave Amazônia”. Também dividiram o palco com Dona Onete, Gaby Amarantos, Lucas Estrela, Silvan Galvão entre outros.
Oficina de carimbó gratuita e vivência cultural em Curitiba
Dentro da programação do grupo “Suraras do Tapajós” em Curitiba, no dia 4 de novembro (sábado), das 14h até 17h, na Sala de Oficinas da CAIXA Cultural Curitiba, ocorre uma oficina gratuita de Carimbó, com uma vivência cultural e roda de conversa com as artistas do grupo. O carimbó é uma dança de roda típica do estado do Pará, no Norte do Brasil, realizada em pares e tendo como marca registrada os movimentos giratórios e as coloridas saias rodadas das mulheres. Em 2014, o carimbó foi declarado, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. E, em 2015, a dança recebeu oficialmente a titulação de Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo site www.caixacultural.gov.br/Paginas/Curitiba.aspx, com a limitação de 20 pessoas.
Encontro com coletivos e associações indígenas
No dia 3 de novembro (sexta-feira), das 15h às 16h, o grupo “Suraras do Tapajós” promove um encontro com alguns coletivos e associações indígenas da região do Leste do Paraná, a fim de promover a troca de conhecimentos e estimular a formação de uma rede de cultura indígena no Brasil. Ao longo de sua caminhada, o grupo foi tomando a frente de várias ações em prol da causa indígena, sem deixar de lado sua ancestralidade e cuidado com a espiritualidade feminina, de onde vem sua maior força. As inscrições para o encontro são gratuitas e também podem ser feitas por meio do site www.caixacultural.gov.br/Paginas/Curitiba.aspx
O show do grupo “Suraras do Tapajós” e as ações culturais em Curitiba têm o patrocínio e oferecimento da CAIXA e do Governo Federal – União e Reconstrução. Todos os dias, após o show, haverá sessão de fotos com o público. Na sessão do dia 2 de novembro, ocorrerá também bate-papo de 30 minutos com os presentes. E, no dia 4 de novembro, a partir das 20h, a apresentação contará com intérprete de Libras e Audiodescrição. Informações pelo telefone (41) 4501-8722, ou, pelo site www.caixaculturalcuritiba.gov.br. O grupo “Suraras do Tapajós” é produzido pela Alter do Som, selo musical e produtora criada a partir do Espaço Alter do Chão, que promove e divulga artistas da região do rio Tapajós, no coração da Amazônia brasileira.
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