O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou o julgamento que, em outubro de 2017, absolveu 13 policiais militares acusados de matar cinco jovens em Curitiba. O caso, ocorrido em setembro de 2009, foi marcado por uma perseguição policial que terminou em tragédia, com a morte dos suspeitos. A decisão do STJ atendeu a um recurso do Ministério Público do Paraná (MPPR), que contestou o veredicto com base em irregularidades na apresentação dos quesitos aos jurados, conforme exigido pela legislação.
Na época dos fatos, os policiais relataram que avistaram um carro furtado e iniciaram uma perseguição que culminou no bairro Alto da Glória. Segundo os policiais, o veículo teria desobedecido um bloqueio e colidido contra um muro. Após o acidente, os ocupantes do carro teriam descido e disparado contra os agentes, que revidaram, resultando na morte dos cinco jovens. As vítimas foram levadas ao hospital, mas já chegaram sem vida.
Entretanto, a versão apresentada pelos policiais foi desmentida por uma investigação interna da Polícia Militar, realizada cerca de 40 dias depois do incidente. O inquérito revelou que os jovens não atiraram nos policiais e que, após o acidente, se renderam. A investigação apontou ainda que os jovens foram algemados e colocados nas viaturas.
Uma reviravolta no caso veio com a descoberta de dados de rastreadores instalados nas viaturas da PM, que indicaram uma parada em um terreno baldio no bairro Atuba, antes de os policiais seguirem para o hospital. Nesse local, de acordo com a acusação, os jovens teriam sido executados. Entre as vítimas, estavam dois menores de idade.
Inicialmente, 14 policiais foram acusados pelo crime, mas um deles faleceu antes do julgamento. Os outros 13, que haviam sido absolvidos em 2017, agora enfrentam a possibilidade de um novo julgamento, após a anulação determinada pelo STJ. No entanto, ainda cabe recurso contra essa decisão.