O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresente sua defesa em até 15 dias em uma queixa-crime apresentada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A ação judicial é resultado de declarações feitas por Haddad que associaram Flávio a um esquema de “rachadinha”, prática que consiste na apropriação de parte dos salários de assessores parlamentares.
As declarações de Haddad ocorreram durante uma coletiva de imprensa em 15 de fevereiro, data em que foi revogada uma norma da Receita Federal que aumentaria a fiscalização de transações via PIX. Na ocasião, o ministro da Fazenda mencionou que Flávio Bolsonaro foi identificado pela Receita por movimentações financeiras atípicas relacionadas à compra de imóveis, o que, segundo ele, indicaria irregularidades desde o período em que Flávio era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Em resposta, o senador Flávio Bolsonaro entrou com uma queixa-crime no STF, acusando Haddad de injúria, calúnia e difamação. O parlamentar argumenta que as declarações do ministro foram feitas sem qualquer embasamento em provas concretas e que representam ataques diretos à sua honra. Flávio nega as acusações e afirma que elas são infundadas.
O caso foi distribuído ao ministro André Mendonça, indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Flávio. Mendonça decidiu abrir prazo para a manifestação de Haddad antes de avaliar a admissibilidade da denúncia. A decisão do STF sobre o andamento do caso poderá influenciar diretamente o embate jurídico e político entre os envolvidos.