Resfriado, gripe, pneumonia, covid-19. Essas são algumas das doenças causadas por vírus que atacam as vias respiratórias e que, nesta época do ano – outono e inverno –, disputam com maior intensidade o espaço para contaminar as pessoas. O resultado é um aumento no número de queixas e atendimentos na rede pública e privada de Saúde pelas doenças provocadas por esses organismos.
As crianças, imunologicamente mais vulneráveis, são as que mais têm sofrido com quadros mais graves, exigindo a pronta readequação do sistema público municipal de Saúde, feita pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Neste momento, é fundamental que a população de Curitiba saiba o que e quais são essas doenças respiratórias, porque são mais frequentes nesta época do ano, quais são medidas de prevenção e o que fazer em caso do surgimento de sintomas. Essas informações permitem aos cidadãos contribuírem para a redução da circulação dos vírus e bactérias causadoras dessas doenças.
A infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, Marion Burger, também destacou, durante uma live sobre o tema no Instagram da Prefeitura que é hora de se vacinar.
“Maio é um período do ano em que o número de pessoas com doenças respiratórias ainda está em aumento e as vacinas são uma importante medida de proteção porque previnem doenças graves ou que se espalham muito rápido. Crianças, adolescentes, adultos e idosos devem consultar seu calendário vacinal e mantê-lo atualizado”, reforça a infectologista.
Sete informações indispensáveis sobre as doenças respiratórias:
1.Outono e inverno: temporada dos vírus respiratórios
Depois de dois anos de pandemia, a covid-19 não é a única doença respiratória que está em circulação. A incidência desse e outros vírus respiratórios é maior à medida que esfria, em um movimento epidemiológico sazonal comum nas regiões Sul e Sudeste do país entre março e julho.
Nessas estações do ano, vírus como Influenza (gripe), rinovírus (resfriado), VSR (vírus sincicial respiratório, causador de bronquiolite), Sars-Cov2 (covid-19), além de bactérias pneumocócicas (pneumonia) e meningocócicas (meningite), encontram o ambiente ideal – frio, umidade e maior proximidade entre as pessoas em locais com menor circulação do ar – para se proliferarem.
Historicamente, o aumento dos casos de doenças respiratórias começa em abril. A tendência, seguindo a média histórica na cidade, é que a curva siga em ascendente até meados de junho.
2. O que causam as doenças respiratórias
As doenças respiratórias, em geral, são causadas por vírus que entram pelas vias respiratórias, transmitidos pelo ar ou levados pelo contato de mãos e objetos contaminados a nariz, boca e olhos.
Após achar uma porta de entrada, os vírus entram na mucosa e descem rumo aos pulmões, se alojando em diferentes pontos do sistema respiratório (nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões, deixando portas abertas para a entrada de bactérias, que provocam infecções como pneumonia.
Ao notar a presença desses “invasores”, o organismo se defende, resultando em inflamações que se traduzem em sintomas como coriza, nariz trancado, dor para engolir, tosse, febre. (Veja aqui quais sintomas são considerados leves, moderados e graves e onde procurar atendimento).
3. Crianças estão mais vulneráveis
Como os vírus são organismos oportunistas e se replicam com maior facilidade onde encontram menor dificuldade, pessoas com sistema imunológico mais vulnerável ficam propensas adoecer e ter quadros mais graves das doenças virais. É o caso das crianças pequenas, que ainda estão desenvolvendo seu sistema imunológico, o que acontece justamente por uma exposição gradual a agentes danosos.
Se, habitualmente, as crianças abaixo de 5 anos de idade são as mais atendidas nos serviços de Saúde da cidade (públicos e privados) com sintomas respiratórios nos períodos mais frios do ano, 2022 tem um fator complicador. Como os pequenos passaram os últimos dois anos da pandemia em casa, por causa da necessidade de isolamento social, agora eles estão passando por um ataque massivo de vírus e bactérias respiratórias, especialmente as crianças menores de 2 anos. Sem terem desenvolvido gradativamente a imunidade a esses vírus, elas estão tendo mais de uma infecção simultaneamente, com maior risco de agravamento e necessidade de internamento.
4. Vacina em dia é prevenção
Manter o calendário vacinal dessas crianças em dia é uma das principais medidas de prevenção dessas doenças. “As crianças menores não desenvolveram as defesas a esses vírus e bactérias. Os familiares precisam levar essas crianças para receber todas as vacinas o quanto antes”, explica Marion.
Pelo Aplicativo Saúde Já Curitiba é possível acessar a Carteira de Vacinação e verificar a necessidade de receber novos imunizantes. O aplicativo informa quais já foram recebidos, os próximos e quais estão em atraso e devem ser atualizados. As vacinas do calendário nacional são ofertadas em todas as Unidades de Saúde.
– Hora de receber a vacina contra gripe
As crianças de 6 meses e abaixo de 5 anos fazem parte dos grupos prioritários da Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe e Sarampo e devem ser levadas para receber a vacina contra o influenza. Confira os locais de aplicação no site Imuniza Já Curitiba. A vacina também está sendo aplicada em gestantes e puérperas, profissionais da saúde e idosos com 60 anos ou mais.
– Um intervalo pode ser necessário
Caso a pessoa esteja doente, é recomendado que aguarde 15 dias da recuperação para se imunizar. Isso vale para todas as vacinas. Esse intervalo é necessário para assegurar que o imunizante produza a resposta esperada. A exceção é a vacina contra a covid-19, que dever ser aplicada 30 dias após o organismo se reestabelecer de uma doença.
Além disso, várias vacinas podem ser recebidas simultaneamente com segurança, sem intervalo. Por isso, em Curitiba, os idosos estão recebendo a dose da vacina contra a gripe simultaneamente – à quarta dose (segundo reforço) da vacina contra a covid-19 (veja aqui os locais de vacinação para este público). Caso a pessoa prefira, pode receber os imunizantes em datas diferentes. Só não pode deixar de se proteger.
Já crianças de 5 a 11 anos precisam aguardar 15 dias entre a vacina anticovid e qualquer outro imunizante.
5.O que fazer se sintomas respiratórios aparecerem
Caso apresente sintomas como tosse, coriza, dor de garganta, perda de olfato e paladar, dor de cabeça ou no corpo, febre, a primeira atitude é ficar em casa, se isolar e usar máscara. Isso evita que o vírus seja transmitido para outras pessoas. Em seguida, deve procurar apoio de profissional de Saúde adequado para seu tipo de sintomas.
Em dúvida, entre em contato com a Central 3350-9000, para teleatendimento feito por profissionais.
6. Lembre que a covid-19 ainda está circulando
Apesar de Curitiba viver um momento de menor circulação do Sars-Cov2 em relação a outros períodos, a pandemia continua e o vírus da covid-19 ainda é o de maior transmissibilidade entre os causadores de doenças respiratórias. Por isso, ao aparecerem sintomas respiratórios, a primeira suspeita deve ser que possa ser o novo coronavírus se manifestando.
Além do isolamento e do uso da máscara, quem apresentar sintomas deve fazer o teste para confirmar ou descartar essa suspeita. A recomendação é que o teste seja feito entre o terceiro e quinto dia após o início dos sintomas, melhor janela para detecção do vírus e de menor risco para um “falso negativo”. O agendamento pode ser feito pela Central 3350-9000.
Os resultados testes feitos no SUS Curitibano – antígeno ou RT-PCR – são enviados pelo Aplicativo Saúde Já Curitiba.
7. Reforce os cuidados aprendidos durante a pandemia
Além da vacinação em dia, reforce as medidas de prevenção:
– Fazer a higienização constante das mãos: lavar com água e sabão ou limpá-las com álcool em gel, especialmente antes e depois de tocar olhos, nariz e boca.
– Pessoas que apresentarem sintomas devem usar máscara facial, cobrindo nariz e boca e se isolarem. O uso do equipamento não é mais obrigatório em Curitiba (exceto em serviços de Saúde e sintontomáticos), mas SMS recomenda sua manutenção por pessoas imunossuprimidas e por todos no transporte coletivo ou compartilhado ou que quiserem manter seu uso.
– Manter os ambientes bem arejados para circulação do ar. Mesmo nos dias mais frios ou chuvosos, janelas e portas devem ser abertas pelo menos quatro vezes ao dia por um período para a circulação do ar.
– Higienizar com frequência os brinquedos das crianças e não compartilhar objetos pessoais (talheres, toalhas, pratos, copos e garrafinhas).
– Crianças que apresentarem sintomas respiratórios não deve ir à escola até a melhora dos sintomas.