O conselho científico que faz recomendações ao executivo francês sobre a gestão da pandemia de coronavírus considerou, num relatório do passado dia 27 de Julho hoje tornado público, que a "situação sanitária da França está controlada mas permanece frágil e poderia resvalar rapidamente", sendo que esta entidade também refere que uma segunda onda da pandemia é "altamente provável" no próximo Outono ou Inverno, ou seja ainda até ao final deste ano.
"O futuro da epidemia a curto prazo está em grande parte nas mãos dos cidadãos", é uma das conclusões do conselho científico que à luz do aumento substancial de casos de covid-19 que desde o dia 22 de Julho passou de uma média de 560 infecções diárias para mais de mil todos os dias, constatou que houve uma diminuição acentuada dos gestos de protecção e de distanciamento físico.
Ao recomendar que os cidadãos usem máscara e efectuem testes de rastreio, os membros deste conselho sublinham ainda que "a imunidade colectiva permanece muito inferior aos 50 a 70% requeridos para impedir a circulação activa do vírus".
Perante este panorama, o conselho científico considera "altamente provável" a chegada de uma segunda onda da epidemia nos próximos meses e, neste sentido, exorta as autoridades a antecipar "todos os cenários", um deles sendo o "confinamento local" para as 20 maiores aglomerações do país, onde os riscos de propagação são considerados mais importantes.
Desde o passado dia 19 de Julho, o uso da máscara de protecção é obrigatório em certos locais públicos, como comércios mas igualmente mercados. Desde a passada sexta-feira, cada governador civil tem a possibilidade de alargar a obrigatoriedade do uso da mascara "quando as circunstancias locais o exigem". Foi neste âmbito que a Câmara municipal de Paris anunciou hoje ter pedido ao governador civil local para tornar imperativo o uso de mascaras nos pontos mais frequentados da capital, nomeadamente os cais junto ao rio Sena, os mercados, os parques e locais turísticos. De acordo com a autarquia, estas novas regras poderiam entrar em vigor nas próximas 48 ou 72 horas.