Em audiência pública virtual feita nesta terça-feira (22/2), a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, superintendentes e diretores da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba prestaram contas aos vereadores, conforme o previsto na lei complementar federal 141/2012.
Além da apresentação do relatório referente ao terceiro quadrimestre de 2021, a secretária aproveitou o início dos trabalhos na Câmara Municipal para entregar aos vereadores o Plano Municipal de Saúde (PMS) 2022-2025, com oito diretrizes e ações a serem desenvolvidas nos quatro anos.
“Mesmo no meio da pandemia, com pressão no sistema com número recorde de casos e a campanha de vacinação sendo realizada, nossa equipe ainda encontrou tempo para elaborar o PMS”, disse Márcia. A plano foi discutido e aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, conforme resolução nº 21/2021, em abril.
Além disso, durante a sessão na Câmara, a equipe da Saúde exibiu também um panorama atual da pandemia no município e, em seguida, os vereadores puderam fazer seus questionamentos, sugestões, críticas e tirar dúvidas.
De acordo com os dados apresentados, até 2019, as lesões, envenenamentos e outras causas externas eram os principais motivos de internamentos na capital paranaense, com 17.188 ocorrências no total naquele ano, contra 5.406 de internamentos com causas relacionadas a doenças infecciosas e parasitárias, que ficavam em quarto lugar no ranking das principais causas de internamentos no município.
Em 2020, no primeiro ano da pandemia, as doenças infecciosas (entre elas, neste grupo, somou-se a covid-19) assumiram a terceira posição neste ranking, com 9.461 ocorrências. Já em 2021, as doenças infecciosas assumiram a liderança, se tornando a principal causa de internamento no município, com 18.354 ocorrências. As lesões, envenenamentos e outras causas externas passaram para o segundo lugar, com 15.031 ocorrências, no último ano.
Uma análise semelhante foi realizada em relação aos óbitos. Até 2019, a principal causa de mortalidade estava relacionada a doenças do aparelho circulatório. Em 2019, foram registradas 2.849 mortes ligadas a doenças do aparelho circulatório e 400 óbitos ligados a doenças infecciosas.
Em 2020, com a pandemia, as doenças infecciosas, entre elas a covid-19, passaram a ser o grupo de maior causa de morte na cidade. Foram 2.714 mortes por doenças infecciosas, contra 2.649 do aparelho circulatório. Em 2021, com o agravamento da pandemia, as doenças infecciosas responderam por 6.307 mortes. As doenças do aparelho circulatório somaram no último ano 2.941 mortes.
Durante a apresentação, a secretária também mostrou, por meio de dados, a elasticidade do sistema de saúde, que conseguiu dar conta das exigências relacionadas à explosão da pandemia no último ano, quando foi necessário chegar-se a 548 leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19 e 746 leitos de enfermaria SUS exclusivos para covid-19.
“Mesmo nos piores momentos da pandemia, de grande pressão no sistema, ninguém em Curitiba ficou sem assistência. Não tivemos morte por falta de leito”, afirmou Márcia Huçulak.
Outro destaque do período, de acordo com a apresentação do relatório do último quadrimestre de 2021 da Saúde, foi o início da vacinação contra covid-19 da população com 12 anos ou mais e a intensificação da imunização das gestantes. Em dezembro de 2021, foi atingida a marca 3,3 milhões de doses aplicadas, entre primeira dose, segunda dose e reforço.
O aplicativo Saúde Já Curitiba também ganhou evidência no período, quando adquiriu novas funcionalidades, como o comprovante de vacinação contra a covid-19, que passou a ser aceito pelo Ministério da Saúde, quando o sistema nacional do ConecteSUS ficou fora do ar.