A Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo anunciou a abertura de uma investigação para apurar áudios de conteúdo racista atribuídos à ex-musa da Gaviões da Fiel, Ana Paula Minerato, contra a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca. A investigação será conduzida pela Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN), que pretende ouvir todas as partes envolvidas e garantir o direito de defesa.
Em nota, a Secretaria de Justiça informou que um expediente foi aberto na ouvidoria do órgão e que a CPPN se colocou à disposição da vítima, a cantora Ananda. As partes estão sendo notificadas para apresentarem suas defesas preliminares. O caso tomou grandes proporções após áudios de Ana Paula Minerato, em que faz declarações ofensivas e de teor racista, vazarem e viralizarem nas redes sociais nesta segunda-feira (25).
Nos áudios, Ana Paula Minerato, em conversa com seu ex-namorado, o rapper KT, utilizou termos pejorativos e preconceituosos ao se referir a Ananda. Em um dos trechos, Minerato se referiu à cantora de forma desrespeitosa: “A empregada [doméstica], a do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro, KT? Eu não sabia que você gostava de mina do cabelo duro”, declarou. O rapper ainda tentou interromper os ataques, mas foi impedido de continuar pela ex-modelo.
As ofensas não pararam por aí. Minerato prosseguiu com afirmações racistas: “Você gosta de mina cabelo duro, de neguinha? Por isso ali é neguinha, né? Alguém ali, um pai ou a mãe veio da África, tá na cara”, disparou. O conteúdo preconceituoso seguiu até o final da conversa, com Minerato debochando da aparência da cantora.
Com a repercussão negativa dos áudios, outros áudios de Ana Paula Minerato vieram à tona, reforçando as falas racistas da ex-participante do reality show “A Fazenda”. Em um novo trecho, Minerato questiona KT sobre a rotina de Ananda: “Ela lavava a louça?”, perguntou, em tom debochado. KT tentou encerrar o assunto, mas Minerato insistiu, demonstrando clara insatisfação em relação à cantora.
O caso vem gerando grande repercussão e mobilizando a opinião pública, além de provocar ação da Secretaria de Justiça.