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Saiba qual é a doença que mais mata o curitibano

XV CURITIBA
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CMC

"O que mais mata o curitibano são os infartos agudos e os acidentes vasculares [AVC], geralmente causados por hipertensão e diabetes. Dos 11 mil óbitos registrados por ano em Curitiba, 3,1 mil são consequência de infartos e AVCs", a informação foi dada, nesta segunda-feira (26), na Câmara de Curitiba, pela secretária municipal de Saúde, Marcia Cecilia Huçulak. Ela esteve no Legislativo para prestar contas das ações da prefeitura na área em 2017. Por lei, a cada quatro meses o representante do Executivo deve apresentar os indicadores da área à Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte.

 

 

A audiência pública foi coordenada pelo presidente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB), e pelo segundo-secretário, Mauro Ignácio (PSB), uma vez que o colegiado aguarda indicação de membros pelas lideranças partidárias, com instalação prevista para a primeira semana de março. Dados apresentados pela Prefeitura de Curitiba mostram que em 2017, por exemplo, 1.121 internações hospitalares foram decorrência de infarto agudo do miocárdio, sendo que 8,1% resultaram em óbito

 

 

Diferente dos infartos, cujo número de internamentos é estável há três anos, os internamentos decorrentes de AVC aumentaram em 2017. Ano passado foram 1.078, ante 691 e 675 respectivamente nos anos de 2016 e 2015. Complicações de diabetes geraram 401 internações. Depois de fazer o alerta, a secretária da Saúde apontou as ações preventivas da Prefeitura de Curitiba, 117 mil usuários do SUS em atendimento constante pela rede municipal de saúde e 53 mil inscritos no programa destinado a pessoas com diabetes.

"Ninguém desenvolve um AVC do nada, a pessoa tem um histórico de hipertensão e diabetes. Um diabético descompensado, em cinco anos vai enfartar. Se queremos diminuir [esses casos], temos que trabalhar com eles, senão em cinco anos vai parar na UPA", ponderou Márcia Huçulak, antecipando que a campanha educativa "Escute o coração" será lançada neste ano pela Prefeitura de Curitiba, como forma de intensificar o cuidado para esses casos.

Perguntas foram feitas pelos vereadores durante a audiência pública (leia mais), como as elaboradas por Dr. Wolmir Aguiar (PSC) e Tito Zeglin (PDT), a respeito da motivação de pessoas em episódio de infarto e AVC não serem mais encaminhadas às UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), sendo levadas pelas ambulâncias do SAMU direto aos hospitais. "Em setembro do ano passado, fizemos uma capacitação dos médicos das UPAs com os hospitais [para efetivar esse novo procedimento]", confirmou a secretária da Saúde. Ela antes tinha dito em evitar "pit stops" nessas unidades.

"Se chegar um infartado na UPA, com quadro típico, temos uma hora e meia para fazer a desobstrução da artéria [para reduzir o risco de sequelas]. Curitiba tem cinco unidades de dor torácica, que têm mais estrutura que as UPAs. A gente não pode brincar com coisa séria", respondeu Marcia Huçulak, justificando o encaminhamento desses casos direto para os hospitais, em vez de o usuário aguardar na UPA por outro deslocamento de ambulância. Para o AVC isquêmico, o tempo de ação seria de quatro horas para evitar sequelas. "A gente depende do usuário também chegar a tempo para nós", completou.

Empenho recorde
Tanto a secretária Huçulak, quanto o chefe do núcleo financeiro da SMS, Edgar Lopes Júnior, destacaram que em 2017 a Secretaria Municipal da Saúde “executou o maior orçamento de sua história”. “Embora a legislação preconize para os municípios um mínimo de 15%, Curitiba atingiu 22,01% das receitas tributárias [R$ 893 milhões de R$ 4,05 bilhões]”, disse Lopes, cuja exposição detalhou a execução orçamentária. No ano, foram R$ 1,7 bilhão ao todo na rede.

Hoje a rede municipal de saúde é composta por 152 estabelecimentos de saúde, com 8.662 funcionários, dos quais 6.837 são servidores públicos concursados e os demais foram contratados pela Feaes (Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba). “Foram realizadas 1,7 milhão de consultas médicas. Dá quase uma consulta por habitante em Curitiba no ano. [Considerando que] metade da população não usa o SUS, é um quantitativo bastante expressivo”, destacou a gestora.

No início da audiência, Huçulak entregou uma cópia do Plano Municipal de Saúde 2018-2021 para a Câmara Municipal. Também destacou a realização de 155 mil internações na rede do SUS no ano passado, “480 internações por dia”. Durante a audiência, ela citou rapidamente vários indicadores da área, fazendo referência ao Relatório de Gestão e Monitoramento Quadrimestral do SUS. Em crítica ao prefeito anterior, disse que, com a mudança de direção na Saúde, está buscando melhorar a gestão do sistema.

A secretária deu vários exemplos, durante a audiência, do que julga ter melhorado na gestão da Saúde em Curitiba. Citou o fornecimento de medicamentos às unidades, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes (“não realizado pela gestão anterior”, criticou, mas que mostrou “zero infestamento” na cidade) e o Laboratório Municipal. “[No início da gestão] encontramos parado um laboratório referência para o Brasil, que estava sem condições de fazer exames por falta de insumos. Hoje está a pleno vapor, atende toda a rede e a partir de maio vai atender UPAs e hospitais [municipais]. É um laboratório com muita capacidade, que agora está todo automatizado”, disse.

Equipe técnica
Acompanhando a secretária da Saúde, Marcia Huçulak, estiveram Rachel Cubas, assessora do gabinete da secretária; Beatriz Nadas, superintendente executiva, e a assessora do órgão, Nelcimary Amaral; Tania dos Santos Pires, superintendente de gestão; Ana Cristina Vidal Allegretti, diretora de Atenção Primária em Saúde; Maria Eugênia Costa, diretora do Centro de Controle, Avaliação e Auditoria; Alcides Augusto Souto de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia; Rosana Zappe, diretora do Centro de Saúde Ambiental; Flávia Quadros, diretora do Centro de Assistência à Saúde; e Pedro Almeida, diretor do Sistema de Urgência e Emergência de Curitiba, com a diretora administrativa do órgão, Anna Paula Penteado.

Também a coordenadora da Saúde Mental, Flávia Adacchi; Adriana Kraft, diretora-geral da Feaes, com a diretora administrativa, Leila Duflot, e a gerente assistencial, Helena Rebelo. Os supervisores dos distritos sanitários do Tatuquara, Luciana Kusman; do Bairro Novo, Shunaida Sonobe; de Santa Felicidade, Manoela Santos; do Boa Vista, Vânia Buba; e do CIC, Cleverson Fragoso, acompanharam a audiência. Ivana Busato, presidente do controle interno da SMS, e Atani Mendes Júnior, gerente geral do Hospital Cajuru, também estiveram na Câmara.

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