Roberto Requião mira retorno a Brasília e avalia candidatura a deputado federal

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Foto: Pedro França/Agência Senado

O ex-governador e ex-senador Roberto Requião oficializou em julho deste ano sua filiação ao PDT, sinalizando o retorno à vida pública após uma sequência de derrotas eleitorais. A estratégia traçada pelo novo partido aponta para uma candidatura à Câmara dos Deputados nas eleições de 2026, movimento considerado internamente o caminho mais viável para o político.

A avaliação no PDT é de que a disputa por uma vaga de deputado federal permite aproveitar o capital político acumulado por Requião ao longo de décadas. Embora exista a possibilidade de concorrer ao Legislativo estadual, a experiência anterior em Brasília pesa a favor de uma nova tentativa no Congresso Nacional. Paralelamente, o cenário ao governo do Paraná segue com a pré-candidatura do deputado estadual Requião Filho, também filiado ao PDT.

Uma volta ao Senado, por outro lado, encontra limitações políticas. O entendimento entre PDT e PT definiu o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, como o nome da esquerda para uma das cadeiras em disputa em 2026. Além disso, o partido aposta que uma votação expressiva de Requião possa impulsionar outros candidatos da legenda, que não conseguiu eleger deputados federais no Paraná em 2022.

Caso confirme a candidatura, Requião buscará encerrar uma sequência de quatro reveses nas urnas. Em 2014, ainda no exercício do mandato de senador, disputou o governo do Paraná e foi derrotado no primeiro turno. Em 2018, tentou a reeleição ao Senado, mas terminou como o terceiro mais votado. Já em 2022, após trocar o MDB pelo PT, concorreu novamente ao governo estadual e perdeu no primeiro turno. Em 2024, filiado ao Mobiliza, entrou na disputa pela Prefeitura de Curitiba e ficou apenas na sétima colocação.

A filiação ao PDT marca a primeira vez que Requião concorrerá por um cargo eletivo pela sigla. Desde 2022, o político passou por três partidos diferentes, deixando o MDB, ingressando no PT e, posteriormente, migrando para o Mobiliza. Em 2025, aceitou o convite do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e levou consigo o filho para a legenda. Mesmo com a aliança local entre PDT e PT para 2026, Requião tem mantido críticas ao antigo partido e afirma que o projeto petista no Paraná está concentrado na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O movimento de Requião se assemelha ao de outro nome tradicional da política paranaense, Alvaro Dias, que tentou retornar a Brasília após deixar o Podemos e se filiar ao MDB. Em 2022, Dias disputou o Senado, mas perdeu a vaga para Sergio Moro, do União Brasil. Assim como ele, Requião aposta em um novo arranjo partidário para tentar retomar espaço no cenário político nacional.

 

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