Roberto Requião, candidato à prefeitura de Curitiba pelo partido Mobiliza, divulgou recentemente um conjunto de propostas que prometem gerar debates intensos na cidade. Conhecido por suas opiniões firmes e políticas ousadas, Requião não decepcionou ao apresentar um plano de governo que inclui medidas controversas e transformadoras para Curitiba.
Entre as propostas apresentadas, destaca-se a eliminação da terceirização na área da saúde. Requião propõe uma revisão completa dos contratos de serviços e insumos, com o objetivo de retomar a gestão direta pelo município. Essa medida busca aumentar o controle sobre a qualidade dos serviços prestados e reduzir custos, mas também pode enfrentar resistência de empresas terceirizadas e profissionais que atualmente dependem desses contratos.
Outra proposta que chama a atenção é o fim da chamada “indústria da multa”. Requião critica a utilização das multas de trânsito como uma forma de arrecadação e defende que elas sejam usadas exclusivamente para manter a ordem no trânsito. Essa abordagem pode ser vista como uma tentativa de atrair o apoio dos motoristas, mas também pode levantar preocupações sobre a eficácia da fiscalização de trânsito na cidade.
No campo da cultura, Requião propõe a reversão do processo de privatização e terceirização, fortalecendo o papel das instituições públicas, como a Fundação Cultural de Curitiba. A proposta sugere um retorno a uma gestão mais estatal da cultura, buscando garantir que o acesso e a promoção cultural estejam disponíveis para todos os segmentos da sociedade. No entanto, essa mudança pode ser vista como um retrocesso por aqueles que defendem a participação do setor privado na cultura.
O candidato também apresenta uma proposta de estatização da frota de ônibus da cidade. Segundo ele, a medida visa acabar com a dependência das frotas privadas e garantir um transporte público mais acessível e eficiente. A ideia é modernizar e estatizar a frota para oferecer veículos mais seguros e reduzir o tempo de espera dos usuários. Esta proposta pode gerar um impacto significativo nas empresas de transporte que atualmente operam na cidade, e levanta questões sobre o custo e a viabilidade de tal transição.
Além disso, Requião propõe a criação de um aplicativo de transporte público que operaria de forma semelhante aos serviços privados de carona compartilhada. O diferencial, segundo o candidato, é que os lucros do aplicativo seriam utilizados apenas para cobrir os custos de manutenção e para reduzir as tarifas dos usuários, oferecendo também uma remuneração mais justa aos motoristas. Essa iniciativa busca inovar na mobilidade urbana, mas pode enfrentar desafios em termos de implementação e aceitação pelos usuários habituais dos aplicativos de transporte privado.
Outro ponto polêmico é a implementação de guardas comunitários conhecidos pelos moradores dos bairros onde atuam. A proposta visa aumentar a interação e a confiança entre a comunidade e a Guarda Municipal, através de encontros regulares para discutir questões de segurança e bem-estar. Embora a ideia tenha como objetivo promover a segurança comunitária, pode haver preocupações sobre a eficácia dessa abordagem no combate ao crime.