Um homicídio registrado por câmeras de segurança e confirmado por confissões dos envolvidos terminou com um resultado incomum no Tribunal do Júri. Os quatro acusados de matar o paranaense Antônio Josimar de Sene Campos, de 32 anos, foram absolvidos por clemência após o julgamento realizado um ano e um mês depois do crime, ocorrido em setembro de 2024 em um lava-rápido de Itajaí, em Santa Catarina.
A motivação apresentada pelos réus marcou o caso desde o início. Segundo relataram, o homicídio teria sido uma reação ao estupro de uma menina de 8 anos, sobrinha de um dos envolvidos, atribuído à vítima. Antônio Josimar tinha histórico criminal por roubo à mão armada e dois mandados de prisão em aberto no Paraná. Mesmo assim, não havia comprovação formal sobre o crime sexual alegado pelos autores, que disseram ter agido movidos pela dor da família.
O ataque foi rápido e registrado integralmente pelas câmeras do estabelecimento. Os atiradores entraram no lava-rápido e realizaram pelo menos 11 disparos contra a vítima, que estava nos fundos do local. Após o crime, todos fugiram em direção ao Paraná, mas acabaram presos horas depois na BR-376, em Guaratuba. Quatro suspeitos foram detidos, enquanto um quinto conseguiu escapar.
No julgamento, realizado mais de um ano depois, foram apresentados os vídeos, as testemunhas foram ouvidas e os réus confirmaram a autoria. Ainda assim, o veredito surpreendeu: os jurados optaram pela absolvição por clemência, mecanismo previsto no Tribunal do Júri que permite reconhecer o crime, mas considerar que os envolvidos não devem ser punidos, levando em conta circunstâncias específicas — neste caso, a motivação relacionada ao abuso alegado.






