Uma reunião realizada nesta terça-feira (13) na Assembleia Legislativa do Paraná discutiu a possibilidade de reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). A unidade do Sistema Petrobrás localizada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi fechada em março de 2020. Na oportunidade, ocorreram cerca de mil demissões, entre trabalhadores próprios e terceirizados. O encontro proposto pela deputada Ana Julia (PT) reuniu representantes do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC) e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).
Para a deputada Ana Júlia, a volta do funcionamento da unidade tem impactos econômicos e sociais. “A reabertura da fábrica de fertilizantes é muito importante, pois sempre posicionou o Estado do Paraná com um grande produtor de fertilizantes. Além disso, também é responsável pela nossa área industrial na região de Araucária. Precisamos da reabertura da Fafen para que o Paraná consiga voltar a produzir fertilizantes e outros insumos para melhorar nossa industrialização e economia, valorizando o trabalho de uma empresa nacional. Além das questões econômicas, esta é uma questão muito importante pra toda a sociedade”, frisou a parlamentar.
Os representantes do Sindipetro defendem a reabertura sob o argumento de que a fábrica contribui para diminuir a dependência brasileira de fertilizantes nitrogenados importados. O presidente do Sindpetro, Alexandro Guilherme Jorge, explicou que o encontro é importante para debater o tema com os representantes da indústria. “A volta do funcionamento da Fafen significa soberania para o Estado. Hoje, nós importamos praticamente todo o fertilizante consumido. Este é um subsídio básico para nossa agroindústria”, comentou.
O tema ganhou destaque em Araucária após o compromisso do Governo Federal com a causa. “A possibilidade de reabertura é muito grande, pois é uma prioridade do Governo Federal a valorização das empresas estatais, da Petrobras e a industrialização do nosso país. Então, tendo isso em vista, as chances da gente conseguir reabrir são bem altas”, reforçou a deputada.
Em abril, várias entidades participaram de um ato que reivindicava a reativação da fábrica e a recontratação de todos os demitidos. A unidade operava desde 1982 e era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.
A reunião contou ainda com a participação do gerente de assuntos estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, e do coordenador de gerência de relações governamentais da entidade.