Um movimento histórico colocou lado a lado as principais entidades e movimentos paranaenses do segmento da alimentação e entretenimento: Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Meios de Hospedagem e Gastronomia de Curitiba e Região (Sindehotéis), Rede Empresarial do Centro Histórico, Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares do Município de Curitiba (SindiAbrabar), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel – PR), Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas (Abrabar) e Movimento Fechados Pela Vida. Em ofício encaminhado ao governador Ratinho Júnior e ao prefeito Rafael Greca, as entidades pedem um suporte econômico urgente para que bares, restaurantes e demais empreendimentos sobrevivam aos efeitos da pandemia.
“Somos a favor de todas as medidas sanitárias cientificamente necessárias para o combate da pandemia. Medidas sanitárias devem ser planejadas para que todos os setores contribuam no combate ao coronavírus. Nosso setor foi o primeiro a sentir os impactos da pandemia. Foi também o primeiro que sofreu imposições de regras e protocolos para segurança sanitária. Agora, precisamos de um plano de ação claro e factível para que possamos vislumbrar um futuro e planejar nossas ações. Esse plano precisa contemplar medidas de controle da pandemia e, com máxima urgência, medidas que garantam a sustentabilidade dos empreendimentos”, comenta Nelson Goulart Junior, presidente da Abrasel – PR.
Hoje, a grande preocupação do grupo faz referência aos problemas financeiros enfrentados pelos empresários dos segmentos. “Para o enfrentamento de um vírus para o qual ainda não temos vacina, a única alternativa racional é o isolamento social e os cuidados sanitários. São muitos os meios e as formas de conseguirmos este isolamento. Mas o importante é que cada forma seja acompanhada de providências econômicas. Assim, em um cenário de lockdown, por exemplo, as normativas sanitárias e de fechamento do comércio devem vir sempre acompanhadas de ações efetivas de mitigação dos danos econômicos”, detalha Nelson.
De acordo com o ofício, as empresas do setor têm tido muita dificuldade para ter acesso a opções de crédito em instituições financeiras e programas governamentais, além de não terem tido qualquer subsídio ou redução de impostos e tributos. “Não obtivemos reduções de contas de água e luz, por exemplo. As negociações de aluguéis estão sendo realizadas de maneira individual e muitos empresários não estão tendo sucesso. Dada a dificuldade econômicas de pequenas e médias empresas, cidades como Niterói e Foz do Iguaçu liberaram linhas municipais de créditos com juros zero ou condições mais atrativas. Precisamos dessa atenção especial aqui em Curitiba”, explica o presidente da Abrasel – PR. Uma das medidas sugeridas pelos empresários propõe a redução de 50%, a fundo perdido, dos custos municipais e estaduais, como IPTU e ICMS, a partir do último mês de março. Além disso, as entidades pedem para que a Fundação Cultural de Curitiba e a Câmara Municipal de Vereadores destinem a verba de R$ 420.000, devolvida pela Arquidiocese de Curitiba, aos músicos da noite curitibana, que não sabem quando poderão retomar suas atividades.
Nelson Goulart Junior destaca, também, a importância de soluções criativas para o enfrentamento da pandemia e a retomada econômica. “Países como a Dinamarca, por exemplo, liberaram o uso de área externa, através de vagas de estacionamentos, para ampliar espaços seguros de bares, cafés, restaurantes e bares. A flexibilização das regras do uso de áreas externas em calçadas, em um diálogo direto com Secretaria de Urbanismo, seria essencial para que locais que possuem pouco espaço possam sobreviver e permanecer seguros”, completa.