O deputado federal Renato Freitas (PT-PR) usou as redes sociais nesta sexta-feira (30) para criticar a prisão do cantor MC Poze do Rodo, ocorrida no Rio de Janeiro. Em um vídeo com tom de indignação, o parlamentar questionou os critérios que levaram à detenção do funkeiro e denunciou o que chamou de criminalização seletiva da cultura periférica.
“Fiquei aqui tentando entender, de fato, por que ele foi preso. Por cantar? Por falar? Por manifestar opinião?”, questionou Freitas, após relatar ter assistido aos vídeos que embasaram a investigação. MC Poze foi preso temporariamente pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e é investigado por apologia ao crime e possível ligação com o Comando Vermelho. A prisão aconteceu em sua casa, no bairro Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
Durante sua fala, o deputado comparou o caso com situações envolvendo outros gêneros musicais, como o sertanejo, e apontou a existência de artistas que se apresentam em eventos com a presença de armamentos pesados sem sofrerem ações similares. “Vários shows de sertanejo têm miliciano de fuzil, de pistola, de calibre 12. Por que só ele é preso?”, provocou.
Renato também citou personalidades públicas envolvidas em escândalos de corrupção ou com vínculos suspeitos com o crime organizado. “O Bolsonaro empregou a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega. Collor roubou milhões. Estão soltos. Mas o Poze, por cantar a sua realidade, está preso?”, indagou.
Para o parlamentar, a prisão de MC Poze revela uma estrutura de repressão seletiva que atinge preferencialmente artistas vindos das favelas e comunidades. “Não nos enganemos: não é exatamente o que se fala. É quem fala”, afirmou. Ele ainda disse que o episódio representa uma tentativa de calar vozes periféricas sob o pretexto de segurança pública. “Está havendo uma criminalização das pessoas, das suas culturas e dos seus territórios.”
O vídeo publicado por Renato Freitas circulou amplamente nas redes sociais e gerou reações tanto de apoio quanto de crítica.
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