Quatro incêndios em 40 dias atingem propriedade de famoso arquiteto paranaense na Grande Curitiba

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Em menos de 40 dias, quatro incêndios atingiram a chácara que pertence à família do arquiteto Ayrton João Cornelsen, conhecido como Lolô Cornelsen, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O mais recente ocorreu na madrugada desta sexta-feira (10) e destruiu uma das últimas casas projetadas por ele — considerada a única construção modernista da cidade.

Os registros anteriores ocorreram em agosto e setembro deste ano. O primeiro fogo consumiu um barracão que abrigava uma floricultura no bairro Afonso Pena. Nas semanas seguintes, outros dois galpões localizados na mesma propriedade também foram atingidos pelas chamas. Ninguém ficou ferido nas ocorrências.

A família registrou boletins de ocorrência, e a Polícia Civil de São José dos Pinhais investiga as causas dos incêndios. Até o momento, nenhuma hipótese foi confirmada.

A tragédia reacende o olhar sobre a trajetória de Lolô Cornelsen, considerado um dos grandes nomes da arquitetura modernista no Paraná. Nascido em Curitiba, em 7 de julho de 1922, Cornelsen se destacou tanto no esporte — foi campeão pelo Athletico Paranaense em 1945 — quanto na engenharia e na arquitetura. Sua carreira começou ainda na juventude, com a criação de projetos residenciais marcantes, como a Casa Emílio Cornelsen e a Casa Cleuza, esta última construída em 1949 e tida como uma de suas obras mais emblemáticas.

Nas décadas seguintes, Cornelsen consolidou-se como referência ao idealizar construções que moldaram o cenário urbano e esportivo do estado, como o Estádio Couto Pereira, o Autódromo de Pinhais e o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Também foi responsável por projetos de grande impacto, como a Rodovia do Café e o sistema de ferryboat entre Guaratuba e Matinhos.

Reconhecido por sua criatividade e pela visão inovadora, Lolô levou sua experiência para o exterior, atuando em empreendimentos turísticos e hoteleiros em Portugal. De volta ao Brasil, incorporou influências lusitanas em obras como a Vila Camões, de 1977. Na década de 1980, assumiu a direção da Superintendência de Desenvolvimento da Região Sul (Sudesul), onde contribuiu para obras voltadas ao crescimento econômico do Paraná.

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