Na terça-feira, 15 de outubro, a Polícia Civil do Paraná, em colaboração com corporações de outros estados, desencadeou uma operação que resultou na prisão de cinco suspeitos de integrar um grupo criminoso especializado em furtos e roubos a residências de alto padrão. As investigações, que começaram há cerca de um ano, revelaram um sofisticado esquema de monitoramento das vítimas por meio das redes sociais, onde os criminosos coletavam informações sobre a rotina das pessoas para agir em momentos em que elas estavam fora de casa.
Os suspeitos, que atuavam em Curitiba e em outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Santa Catarina, eram conhecidos por utilizarem bancos de dados ilegais disponíveis na internet, adquiridos de outras quadrilhas. Esses dados incluíam informações pessoais, como endereços e números de telefone das vítimas. No Paraná, somente nos últimos três meses, a quadrilha é suspeita de ter cometido pelo menos sete invasões em apartamentos, com um prejuízo total estimado em mais de R$ 50 milhões.
A estratégia dos criminosos envolvia não apenas o uso de informações coletadas online, mas também técnicas de engenharia social para enganar os funcionários dos condomínios. Os integrantes do grupo se apresentavam como familiares dos moradores, sempre bem vestidos, o que facilitava a entrada nas áreas comuns. Uma vez dentro, eles arrombavam os apartamentos, subtraindo joias e relógios de alto valor. Em um dos casos, estimou-se que cerca de R$ 10 milhões em bens foram levados de um único imóvel.
Um episódio notável durante as operações da quadrilha ocorreu quando um porteiro desconfiou da atuação de um dos suspeitos. Em uma tentativa de evitar a entrada de indivíduos não autorizados, o porteiro foi agredido. Durante a luta, que ocorreu na portaria do prédio, o porteiro utilizou um taco de golfe como defesa, enquanto o criminoso brandia uma chave de fenda. O porteiro acabou ferido e precisou ser hospitalizado.
Com as prisões realizadas, a Polícia Civil destacou a importância da operação, que visa não apenas a recuperação de bens roubados, mas também a proteção das vítimas e a desarticulação de grupos criminosos que atuam de maneira planejada e organizada. A ação evidencia a crescente preocupação com a segurança em condomínios de luxo e a necessidade de medidas preventivas para inibir a atuação de quadrilhas que se aproveitam da vulnerabilidade dos moradores. A operação ainda segue em andamento, com a expectativa de novas prisões e a recuperação de mais bens furtados.