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A alegria e o sorriso do teatro estão passando por cidades da região sudoeste do Paraná, com 10 apresentações de dois espetáculos e uma oficina teatral gratuitas voltadas para as crianças. A Cia. do Abração, promove o projeto cultural Abraçando o Paraná, que está em sua segunda edição, teve início no último dia 30 de outubro, encerra sua temporada nesta quinta (07.11) e sexta (08.11) em Pato Branco. Antes de chegar na cidade, o projeto já passou por Reserva do Iguaçu, Chopinzinho, Coronel Vivida e Itapejara do Oeste. O projeto é aprovado pela Lei Paulo Gustavo – Secretaria de Estado da Cultura do Paraná – Governo Federal.
Neste ano, o projeto Abraçando o Paraná traz os espetáculos Estórias Brincantes de Muitas Mainhas e Estórias Brincantes de Muitos Paizinhos, além de promover, também, debate para formação de plateia e uma oficina teatral para crianças: A Arte de Brincar.
A diretora da Cia do Abração, Letícia Guimarães comenta que o objetivo principal é fomentar o teatro para crianças no Estado do Paraná, através da circulação de espetáculos, com o intuito de ampliar o intercâmbio das pesquisas em novas dramaturgias, além de debates com público e artistas locais sobre este assunto, visando à formação de plateias. “Além disto, o Abraçando o Paraná almeja articular uma organização representativa deste segmento da produção teatral no Estado e enriquecer a articulação de pensamento e produção cultural, através do teatro”, disse a diretora.
A Cia. do Abração, proponente deste projeto, quer também valorizar os 24 anos de experiência dedicados à pesquisa e produção de espetáculos dirigidos à criança da Cia. do Abração, que lança em sua arte um novo olhar sobre a criança e o compartilhando com o público e artistas paranaenses.
“Sentimos a necessidade de pilotar esta iniciativa, propondo este espaço de troca, mantendo uma pesquisa contínua sobre o assunto, criando um panorama da arte paranaense dirigida à criança e, também, atuando na formação de novas plateias, que estejam capacitadas a desenvolver discernimento e critérios avaliativos em relação à obra teatral”, finaliza a diretora da Cia do Abração Letícia Guimarães.
Os espetáculos que estão sendo apresentados são os seguintes:
Em “Estórias Brincantes de Muitos Paizinhos”, o foco temático apresentado na peça é a relação entre pais e filhos, ressaltando o respeito que devemos ter pelas diferenças individuais de cada ser humano, quer seja ele pai ou filho. Os “Tingas”, três simpáticos e oníricos personagens, buscam um Pai, um norte que oriente para a escolha de caminhos e “dê um jeito” no mundo, que todos temos o dever de cuidar. Nesta estória de afeto e respeito à diversidade de um mundo “bagunçado” apresentam-se às crianças várias figuras paternas desde o pai biológico ao adotivo, aquele que educa em casa e na escola, o pai escolhido por afinidade e até mesmo a própria “mãe-pai”, entre outras diversas formas de afeto paternalista. De forma lúdica, se possibilita a compreensão de diferentes aspectos da relação pai e filho, de suas abstrações e metáforas. “Estórias Brincantes de Muitos Paizinhos” é a valorização da diversidade cultural de uma terra/nação, e de cada um de nós, em particular, como resultado do encontro entre o semeador e a terra, o pai e a mãe. Uma viagem lúdica ao interior de nossa terra e de nós mesmos, através de histórias de Pais e Países. Uma brincadeira de encontros e amores com nossa identidade. E, a certeza de que ser pai é antes de tudo uma celebração da vida, do amor e do sagrado.
Já em “Estórias Brincantes de Muitas Mainhas”, direcionada a alunos de escolas públicas, o foco temático apresentado é a relação entre mães e filhos, as diferentes relações que se podem estabelecer neste mesmo binário, ressaltando o respeito que devemos ter pelas diferenças individuais de cada ser humano, quer seja ele mãe ou filho.
Três simpáticos velhinhos que adoram contar histórias, um para o outro e, do seu jeito, trarão ao espectador alguns contos da literatura nacional, dirigidos à criança. Nossos contadores de histórias, divertidos e ingênuos velhinhos se confundem, brincam e se emocionam com a pureza própria de uma criança. Movidos pelos sentimentos de saudades e lembranças, começam a falar sobre suas próprias mães e sobre as diferentes mães que conhecem. Neste clima de brincadeira e Faz-de-Conta, fazem abstrações imaginando que todas as coisas, isto é, objetos do cotidiano, elementos da natureza e seres elementais, também têm mães. Concluem-se como podem ser diferentes e ao mesmo tempo semelhantes a nós, as diversas relações entre mães e filhos: tudo quanto à imaginação e a sensibilidade de uma criança podem permitir. Um trabalho de muita sensibilidade e delicadeza feito para todas as crianças, de todas as idades, inclusive, aquelas dentro de nós.
Sob direção de Letícia Guimarães, ambos os espetáculos têm a concepção cênica da Cia do Abração. Sempre fundamentada nos princípios socioconstrutivistas, propõe espetáculos sob as técnicas da contação de histórias, abstração e manipulação de objetos e teatro de sombras.
Por meio da pedagogia do amor, que encontra suas bases no processo Montessoriano, a poesia está acompanhada da abstração e manipulação de objetos do cotidiano, método que o grupo encontrou para traduzir o amor e conduzir o espectador ao universo lúdico da criança. Os espetáculos de repertório da paranaense Cia. do Abração, consagrados pelo público têm uma vasta trajetória, circulando por diversas cidades e Estados brasileiros.