Em 2022, Curitiba terá mais moradores acima dos 60 anos do que crianças e pré-adolescentes até 14 anos. É o que aponta a projeção populacional para o período 2017-2040 do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Para uma população projetada de 1.937.699 para daqui a quatro anos em Curitiba, serão 332,6 mil (17,16%) pessoas com mais de 60 anos e 330,8 mil (17,07%) crianças ou pré-adolescentes até 14 anos. Os 65,77% restantes representarão quase 1,3 milhão de pessoas que comporão a chamada população em idade ativa (de 15 a 59 anos).
Esses indicadores, organizados pela Assistente Social Márcia Carvilhe e a Socióloga Maria Inês Cavichiolli, do setor Socioeconômico da Supervisão de Informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), fazem parte de um trabalho de suporte à atualização do Plano Setorial de Desenvolvimento Social, em curso no Ippuc.
O Plano Setorial de Desenvolvimento Social integra o conjunto de seis políticas públicas: Educação, Saúde, Segurança Alimentar, Assistência Social, Cultura e Esporte Lazer e está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o programa Cidades Resilientes, da ONU, ao Curitiba 2035 e ao Programa Cidades Sustentáveis.
Envelhecimento
Pelo Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os residentes em Curitiba, de ambos os sexos, com idade acima de 60 anos, representavam 11,30% (198.089), enquanto a população de 0 a 14 anos correspondia a 19,97% (349.960).
Em 2017, Curitiba registrou 268,7 mil sexagenários residentes. Um cenário que aponta para curva de ultrapassagem de idosos sobre os jovens que está projetada para ocorrer a partir de 2022, chegando em 2040 com uma participação de 27,86% dos mais velhos e 12,88% dos mais novos, respectivamente. Na escala de envelhecimento, o número de idosos na cidade deve subir para 307,3 mil em 2020; 432,5 mil em 2030 e 544,5 mil em 2040.
Razão de dependência
Um dos efeitos do envelhecimento demográfico no município será a inversão do que se chama razão de dependência, a relação entre pessoas economicamente dependentes (jovens e idosos) e aquelas potencialmente ativas.
Os dependentes estão nas faixas etárias em que a sobrevivência depende de rendimentos provenientes da atividade de outros membros da família, no caso dos jovens (0 a 14 anos) ou de alguma forma de seguro social, aposentadoria ou transferência de renda, no caso dos idosos (60 anos e mais).
No comparativo de 2010 para 2040 a razão de dependência no município de Curitiba deverá ter um salto de 45,52 dependentes por 100 pessoas em idade potencialmente produtiva para 68,77 dependentes para 100 em idade produtiva. Nessa perspectiva, enquanto a razão de dependência de jovens diminui gradativamente de 29,07 para 21,75, a de idosos aumenta significativamente de 16,45 para 47,03 no mesmo período.
Planos Setoriais
Os Planos Setoriais (Mobilidade; Habitação e Regularização Fundiária; Desenvolvimento Econômico; Desenvolvimento Social; Desenvolvimento Ambiental e de Conservação da Biodiversidade; Defesa Social e Defesa Civil e Saneamento Básico) e também os Planos Regionais (um por regional) integram o conjunto do Plano Diretor que deve ser ajustado a cada 10 anos, conforme exige o Estatuto da Cidade (lei Federal 10.257 de 10 de julho de 2001).
O processo de revisão desses planos segue um calendário de atividades a serem desenvolvidas até o segundo semestre de 2019 com a participação do Conselho da Cidade de Curitiba (Concitiba). Nesse período serão validados indicadores, realizados diagnósticos, definidas metas e prioridades e previstas consultas públicas e oficinas, tanto temáticas como por regionais.