Em meio à crescente verticalização de Curitiba, a Avenida Visconde de Guarapuava tem sido palco de transformações marcantes. Até 2014, a avenida era adornada por três belas casas antigas, verdadeiros resquícios de uma era menos movimentada e mais espaçosa. No entanto, essas residências deram lugar ao Edifício LLUM, um projeto arquitetônico que busca refletir a modernidade através de sua fachada de vidro e formas que lembram a lapidação de um diamante, projetando brilho e sofisticação em meio ao cenário urbano.
O LLUM não é apenas um destaque estético na cidade; ele também se posiciona como um marco em sustentabilidade, sendo o primeiro residencial no Brasil a receber a pré-certificação LEED Gold em janeiro de 2020. Este certificado é um testemunho das iniciativas ambientais adotadas, pois as residências no LLUM consomem 15% menos energia e 20% menos água do que o padrão usual, estabelecendo um novo benchmark em construção sustentável.
A substituição das casas pelo edifício desencadeou uma ampla discussão nas redes sociais, onde fotos das antigas residências ao lado do novo prédio se tornaram virais. Entre os comentários, destaca-se a opinião de Alexsander Garcia, que critica a perda da identidade arquitetônica e a falta de áreas verdes na nova urbanização. Garcia propõe uma solução inovadora: o desenvolvimento de um projeto público para acessar virtualmente a cidade em diferentes épocas, o que permitiria às pessoas experienciar e compreender as transformações ao longo dos anos.
Outra perspectiva vem de Silvia Aparecida Muto, que expressa uma resignação melancólica com as mudanças: “Eu prefiro a casa, mas o que fazer? É o progresso chegando.” Esse sentimento reflete uma aceitação relutante das realidades do desenvolvimento urbano, que muitas vezes vem acompanhado de um certo luto pelo passado.
As reações variadas ilustram um debate mais amplo sobre crescimento urbano e conservação cultural, mostrando como o desenvolvimento pode ser tanto uma promessa de inovação quanto uma fonte de conflito comunitário.