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Produção de alimentos também precisa de mais chuva

XV CURITIBA
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A produtora rural de Quitandinha, Sirlei Aparecida de Moura, mostra sistema de irrigação adquirido atravéz do financiamento da FOMENTO PARANÁ. Quitandinha, 24/02/16. Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

A vida de milhares de paranaenses tem sido afetada desde 2019 pela estiagem mais intensa das últimas décadas, que assola boa parte do Estado há cerca de um ano e meio. No Paraná, ao longo desse período, choveu em média 70% abaixo do esperado. Os reservatórios da Sanepar também estão com nível 70% abaixo do normal.

A seca interfere em todas as atividades. “Quando as consequências da falta de chuvas afetam estes três setores essenciais à sobrevivência, abastecimento de água, geração de energia e produção de alimentos, dizemos que estamos numa condição de seca extrema. É o que estamos vivendo, e o prognóstico não é muito positivo para o verão, quando costuma chover mais”, explica o hidrólogo do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Arlan Scortegagna. A previsão do instituto é de que a estiagem se prolongue, pelo menos, até as próximas chuvas de verão – entre dezembro deste ano e fevereiro de 2021.

O engenheiro agrônomo Rubens Antônio Sieburger Costa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) é enfático: sem água é impossível produzir. “Sem produção, não há comida. Água é fundamental para a produção de alimento. E é sempre uma preocupação do agricultor quando e quanto vai chover para fazer o plantio e a colheita, e ter um produto com boas condições de consumo e nutricionais. Falta de chuva também interfere na qualidade daquilo que o produtor vai oferecer”, diz ele.

ABAIXO DO ESPERADO – Para o agricultor Otavino Rovani, a produção deste ano deve ficar aquém da expectativa devido à falta de água. "Este período longo de falta de chuvas nos afeta”, diz ele. “A produção e a colheita possivelmente ficarão abaixo do esperado. Não temos o costume de irrigar as lavouras, então, dependemos da chuva. Sem água, não temos agricultura. Sem agricultura, não temos alimento", ressalta.

 Otavino, que também é engenheiro agrônomo há 47 anos, diz nunca ter visto uma estiagem tão intensa e prolongada. "Nasci no Rio Grande do Sul, moro em Guarapuava há mais de 40 anos e não me recordo de ter vivido uma seca como esta."

Relatório divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento informou, no início deste mês, que as chuvas registradas são insuficientes para a agricultura. E a Sanepar ressalta que são insuficientes, também, para normalizar a produção e a distribuição de água. É necessária ao longo dos meses uma chuva volumosa e constante para que os reservatórios comecem a se recuperar.

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Posted by XV CURITIBA
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