O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (SINDIMOC), Anderson Teixeira, e o ex-vereador de Curitiba Rogério Campos passaram a ser réus em uma ação judicial que apura o desvio de cerca de R$ 600 mil dos cofres da entidade sindical. A denúncia surgiu após uma longa investigação iniciada em 2015, motivada por reclamações de filiados e conduzida pelo Ministério Público do Paraná.
Na manhã desta quinta-feira (4), mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência de Anderson Teixeira. A ação faz parte do desdobramento do processo, que teve como base documentos e movimentações financeiras suspeitas envolvendo o dirigente sindical e o ex-parlamentar, que à época ocupava o cargo de diretor financeiro do SINDIMOC.
Segundo a promotoria, uma das principais irregularidades descobertas diz respeito à contratação de familiares de Teixeira por meio de Recibos de Pagamento a Autônomo (RPA). Entre os beneficiários estavam a mãe, a enteada, o irmão e a atual esposa do presidente do sindicato. Os valores pagos mensalmente a esses familiares variavam entre R$ 900 e R$ 5 mil. No entanto, as investigações indicam que não há comprovação de que qualquer serviço tenha sido efetivamente prestado por essas pessoas.
Outro ponto central da denúncia envolve a aquisição de uma chácara em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. O imóvel, comprado por R$ 70 mil, teria sido financiado com recursos desviados do sindicato. De acordo com o Ministério Público, R$ 50 mil foram transferidos diretamente da conta de Rogério Campos para a concretização da compra. A propriedade acabou sendo registrada no nome da então namorada de Anderson Teixeira, que hoje é sua esposa.
Diante das evidências reunidas, o Ministério Público solicitou o afastamento imediato de Anderson Teixeira da presidência do SINDIMOC, o que foi acatado pela Justiça. A decisão judicial deve ser comunicada oficialmente ao investigado nos próximos dias.
