Uma emenda parlamentar de R$ 500 mil, destinada pelo deputado federal Matheus Laiola (União) ao Instituto SOS 4 Patas em Campo Largo, gerou grande repercussão após a Prefeitura da cidade, comandada por Maurício Rivabem (PSD), decidir redirecionar o recurso para outras ONGs de proteção animal. A verba, que tinha como objetivo exclusivo beneficiar o trabalho realizado pelo Instituto, foi dividida, frustrando as expectativas da entidade e de seus apoiadores.
O deputado Matheus Laiola explicou que cumpriu sua parte ao encaminhar a emenda diretamente para a Prefeitura de Campo Largo, indicando de forma clara no descritivo que o recurso deveria ser destinado ao Instituto SOS 4 Patas. Em nota oficial, o parlamentar declarou: “Encaminhamos R$ 500 mil reais via emenda parlamentar, com a orientação de que o recurso fosse para o Instituto. A nossa parte, a gente fez.” Laiola ainda ressaltou que a Prefeitura ficou responsável por realizar o repasse diretamente à entidade.
Entretanto, a Prefeitura optou por dividir o recurso entre outras ONGs locais e utilizar parte do valor em iniciativas gerais de proteção animal. Em nota oficial, a administração municipal argumentou que a decisão visava beneficiar o maior número de protetores e que seguiu rigorosamente os critérios legais. Entre as ações mencionadas estão a aquisição de veículos adaptados, a promoção de feiras de adoção e a compra de ração. A Prefeitura justificou que, por força de lei, não poderia direcionar o valor exclusivamente ao SOS 4 Patas.
A presidente do Instituto SOS 4 Patas, Mariane Mazzon, manifestou-se indignada com a situação. Em live divulgada, ela desabafou sobre a frustração e os desafios enfrentados pela entidade. “Foi prometido para a gente uma ajuda, e nós estávamos contando com isso. Estamos numa situação muito difícil, afundados em dívidas, e agora ainda temos que lidar com essa polêmica”, declarou. Mariane também ressaltou que o Instituto presta contas de todos os seus gastos regularmente, rebatendo críticas que surgiram em redes sociais.
Ainda no áudio, Mariane afirmou que o Instituto SOS 4 Patas nunca recebeu recursos públicos anteriormente e que a entidade sobrevive unicamente de doações. Segundo ela, a decisão da Prefeitura compromete o trabalho da ONG, que atende centenas de animais e já havia planejado a aplicação do recurso. “Os animais não votam, e o Instituto não tem lado político. O que pedimos é para ajudar aqueles que realmente precisam, e a verba era para isso”, completou.
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O caso trouxe à tona discussões sobre a destinação de emendas parlamentares e a gestão de recursos públicos. Para os apoiadores do SOS 4 Patas, a decisão da Prefeitura foi uma quebra de compromisso, especialmente porque a emenda foi indicada para atender exclusivamente ao Instituto. Por outro lado, a administração municipal mantém sua posição de que o redirecionamento foi necessário para ampliar o impacto das ações de proteção animal na cidade.
Enquanto isso, o Instituto SOS 4 Patas luta para superar a crise financeira e manter seu trabalho essencial. A polêmica segue repercutindo, com críticas à Prefeitura e manifestações de apoio ao Instituto, que continua contando com a solidariedade da população para seguir ajudando os animais.