O ambicioso projeto do Senna Tower, que será o maior arranha-céu residencial do mundo com 500 metros de altura, levantou preocupações em Balneário Camboriú, Santa Catarina, devido à sombra projetada na praia Central, uma das principais atrações turísticas da cidade. Segundo informações da Folha de S.Paulo, o estudo de impacto de vizinhança (EIV), apresentado pela construtora FG à prefeitura em abril de 2022, detalhou os possíveis efeitos do novo edifício no sombreamento da faixa de areia.
Durante a temporada de verão, quando Balneário Camboriú recebe mais de 1,5 milhão de visitantes, conforme dados da Secretaria de Turismo citados pela Folha, a sombra do Senna Tower pode se tornar um fator significativo. O EIV apontou que, em determinadas épocas do ano, a sombra começará a ser projetada na praia por volta das 14h, alcançando o mar às 15h.
A construtora FG, responsável pelo empreendimento, afirmou que a localização na barra sul da cidade minimiza o impacto, garantindo que a sombra será por um “curto período de tempo”. “O que consta no EIV é uma curva da incidência do sol em toda a orla, e não especificamente que o empreendimento irá gerar sombra às 14h”, declarou a construtora à Folha.
A Secretaria de Planejamento Urbano de Balneário Camboriú, conforme noticiado pela Folha de S.Paulo, destacou que a aprovação do projeto seguiu uma análise rigorosa, respeitando as leis de ocupação do solo e urbanização. O EIV demonstrou que a sombra se projeta horizontalmente em direção à barra sul e, embora o efeito seja mais perceptível no verão, ele não ocorre no inverno.
O arquiteto Enio Faqueti, que participou da elaboração do Plano Diretor de 2008, comentou à Folha que o sombreamento na praia Central é um fenômeno recorrente desde a década de 1970, com o aumento progressivo da altura dos edifícios ao longo dos anos. “O sombreamento já vem há muitos anos, desde os primeiros edifícios, e isso só foi aumentando na altura, comprometendo a praia”, afirmou Faqueti.
O projeto do Senna Tower recebeu o parecer positivo da Comissão Especial de Análise de Estudo de Impacto de Vizinhança em 2022 e, em outubro do mesmo ano, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) concedeu a licença ambiental. A aprovação final pela prefeitura ocorreu em julho de 2024, segundo a Folha de S.Paulo.
A FG enfatizou seu compromisso com a sustentabilidade e a preservação urbana, destacando que o Senna Tower está em uma área consolidada e que não trará alterações significativas ao panorama de sombreamento já existente.