A frase foi: "A fantasia está bonita, a maquiagem… Agora, o cabelo… Hello! Esse cabelo dela está parecendo um bombril, gente!" Na sentença, a juíza Mariana Moreira Tangari Baptista, da 3ª Vara Cível do Fórum Regional da Ilha do Governador, considerou bastante claro que o conteúdo da fala de Val foi ofensivo e racista.
Val, em sua defesa, alegou "o direito à liberdade de expressão" para justificar sua frase, e ainda sustentou que não criticou o cabelo de Ludmilla, e sim a peruca usada por ela então. A juíza não desconsiderou o argumento.
"O vídeo do programa está disponível na internet e nele está muito claro que a primeira ré insiste em comparar o cabelo da autora a um bombril, ainda que os apresentadores do programa tenham tentado impedir que ela continuasse a ofender a autora, afirmando que se tratava de um aplique e não do cabelo da cantora", escreveu.
A sentença diz ainda: "O comentário não teve nenhum conteúdo jornalístico, informativo e útil para os telespectadores. Na verdade, foi um comentário depreciativo e racista, apto a causar dano moral à autora. Tanto o direito à honra e à imagem quanto a liberdade de expressão, assim como os demais direitos fundamentais, não são absolutos. A liberdade de expressão deve ser exercida com responsabilidade, respeitando outros direitos constitucionalmente tutelados, notadamente o da dignidade da pessoa humana".
Na época, Ludmilla se disse triste com o comentário de Val. "Eu fiquei muito triste quando vi o vídeo, mas curti o restante da minha noite de ontem tranquila e com sensação de dever cumprido após o desfile da minha escola maravilhosa, que arrasou na avenida. Quem é essa pessoa? O que eu fiz pra ela? O que ela fez pra chegar onde ela está? E vi que não valia a pena ficar com raiva dela, nem bater boca nas redes sociais".
Val, por sua vez, declarou: "Comigo, se não estava bem vestida, se não mandou bem no look, se não foi simpática, se não foi bacana, eu falava mesmo. Não sobrava pra ninguém! Fazer a linha certinha, não vai ser comigo mesmo! Claro que ao vivo a gente pode acabar falando a mais ou acabar sendo mal interpretada. Foi o que aconteceu no caso da Ludmilla. Vocês podem ter certeza que a última coisa que eu gostaria era ter magoado alguém. Eu adoro a Ludmilla".
Defesa
Val se disse surpreendida pela condenação: "A decisão foi recebida com surpresa, já que não houve de minha parte qualquer comentário racista. Deixando claro que quando uma pessoa aceita participar de um desfile de carnaval, está sujeita a elogios e críticas. Não sou e nunca fui racista. E aguardo, serenamente, que a decisão será revista no recurso que já sendo preparado pelo meu advogado", comentou.
O advogado de Marchiori, Wilson Marchetti, confirmou que irá recorrer da sentença.