Na última sexta-feira (06), o desembargador substituto Sérgio Luiz Patitucci aceitou o pedido de habeas corpus em favor de dois policiais militares investigados pelo assassinato de um jovem de 23 anos, ocorrido em julho deste ano, no bairro Butiatuvinha, em Curitiba. A vítima, supostamente envolvida com o tráfico de drogas, foi morta em um confronto com os PMs investigados. Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), seis policiais estão sob investigação pelo caso.
De acordo com a decisão judicial, o desembargador entendeu que não há mais necessidade de manter a prisão temporária dos dois militares, uma vez que os mandados de busca e apreensão já foram cumpridos, os policiais não possuem antecedentes criminais e colaboraram com as investigações. Além disso, a defesa dos acusados garantiu que eles continuarão cooperando com o andamento do inquérito, permanecendo à disposição das autoridades.
A prisão dos seis policiais envolvidos foi realizada em uma operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria-Geral da PM-PR. Além das detenções, mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços dos suspeitos. A investigação teve início após a análise de boletins de ocorrência que relataram um confronto envolvendo a equipe da Ronda Ostensiva de Tático Móvel (Rotam) durante o apoio a uma abordagem policial.
No entanto, as imagens de câmeras de segurança da região onde o crime aconteceu apresentaram uma versão diferente da relatada oficialmente pelos policiais, o que levantou questionamentos sobre a conduta dos agentes.
Conforme as investigações do MPPR, pelo menos quatro dos policiais envolvidos no caso possuem registros de participação em situações que resultaram na morte de civis. Um dos agentes, inclusive, acumula 23 ocorrências desse tipo, fato que chamou a atenção das autoridades e reforçou a necessidade de uma apuração minuciosa sobre o comportamento dos envolvidos.