A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira (8) o influenciador digital, empresário e ex-coach Pablo Marçal pelo crime de uso de documento falso. O caso faz referência à apresentação de um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL) durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo deste ano. Marçal foi adversário do deputado na disputa, concorrendo pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB).
O indiciamento ocorreu logo após Marçal prestar depoimento à Polícia Federal na manhã desta sexta-feira. Durante o depoimento, ele negou qualquer envolvimento no episódio, alegando que a publicação do documento falso em uma rede social foi realizada por sua equipe de campanha, sem o seu conhecimento direto.
O laudo em questão foi publicado apenas dois dias antes do primeiro turno da eleição municipal deste ano e descrevia um suposto atendimento psiquiátrico grave atribuído a Boulos, causador de problemas relacionados ao uso de cocaína. O documento se revelou um receituário médico falso, e sua tentativa de associação com Boulos, sem qualquer embasamento, desencadeou investigações pela Polícia Federal.
A investigação ganhou força em setembro, quando o laudo foi oficialmente incluído no inquérito. Na época, Pablo Marçal havia divulgado um processo de uma pessoa de nome semelhante ao do candidato à Prefeitura de São Paulo — Guilherme Bardauil Boulos (Cidadania), e não Guilherme de Castro Boulos, o que ampliou a polêmica em torno do caso. Além do laudo, o ex-candidato chegou a afirmar, também sem apresentar provas, que o adversário seria usuário de drogas.
A investigação permanece em curso, apurando a responsabilidade tanto de Marçal quanto de possíveis envolvidos na campanha.