Uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) na manhã desta terça-feira (11) desmantelou uma associação criminosa suspeita de fraudar licitações e adulterar a entrega de mercadorias para a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). A ação resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em diversos endereços nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Araucária e Pinhais, na Região Metropolitana.
A delegada Waleska Souza Martins, responsável pela investigação, explicou que os suspeitos foram identificados através de uma complexa investigação. Segundo ela, a associação criminosa era composta por membros de uma mesma família que criavam várias pessoas jurídicas para participar de processos licitatórios da Sanepar. “Evidenciou-se, na linha de investigação, uma associação criminosa integrada por pessoas de uma mesma família, que constituíam diversas pessoas jurídicas para participação em processos licitatórios promovidos pela Sanepar”, afirmou a delegada.
Após vencerem os processos licitatórios, as empresas envolvidas não entregavam os materiais ou forneciam produtos de qualidade inferior à especificada nos editais. Em resposta às irregularidades, a Sanepar aplicava sanções administrativas, como a suspensão temporária de participação em licitações e o impedimento de contratar com a administração pública. No entanto, a associação criminosa contornava essas penalidades criando novas pessoas jurídicas, permitindo que continuassem suas atividades ilícitas.
A Sanepar, em nota oficial, informou que não faz parte do processo judicial, mas está colaborando plenamente com as investigações. A empresa já havia suspendido as empresas envolvidas após identificar irregularidades no cumprimento dos contratos. Além disso, a Sanepar encaminhou todas as informações às autoridades competentes, o que motivou a operação da PCPR.
A companhia destacou que segue um rigoroso sistema de governança e compliance em suas relações com fornecedores. “A Sanepar tem um Programa de Integridade e um Código de Conduta específicos para Terceiros. O objetivo é determinar que esses agentes sigam uma conduta ética, a legislação, especialmente a Lei Anticorrupção, e que combatam e denunciem qualquer prática que suscite riscos à integridade da Companhia”, diz a nota.