Uma incursão conjunta da Receita Federal e da Polícia Federal, desencadeada na última quarta-feira (6), desvendou o intricado fluxo de dinheiro ilícito e expôs o patrimônio e os lucros provenientes das atividades criminosas de uma organização liderada por um empresário sediado na região de Curitiba.
Os resultados da investigação até agora são impressionantes: uma frota de carros de luxo e ao menos três mansões luxuosas, todos em Curitiba, foram identificados como produtos de lavagem de dinheiro, provavelmente oriundos do tráfico de drogas.
Em uma reviravolta dramática durante a operação, na quinta-feira (7), agentes federais descobriram, dentro de uma das residências sob suspeita, a quantia estonteante de US$ 3 milhões em espécie, escondidos meticulosamente atrás de uma parede falsa.
O achado do dinheiro ocorreu no final do dia de quinta-feira e seu total foi contabilizado na manhã desta sexta-feira (8) nas instalações da Caixa Econômica.
O indivíduo suspeito de liderar essa organização criminosa já havia sido detido anteriormente por envolvimento em tráfico internacional de entorpecentes. Para evitar chamar a atenção, ele se valia de documentos falsificados. Durante as investigações, foram descobertas pelo menos mais duas remessas de cocaína associadas ao grupo criminoso. Uma delas envolveu a apreensão de 700kg de cocaína, escondidos dentro de uma lixeira de metal, que supostamente seria transportada para o Nordeste do Brasil, possivelmente para ser embarcada com destino ao exterior. A outra apreensão consistiu em aproximadamente 800kg de cocaína, encontrados em um navio rebocador na região de Santa Catarina.
Para lavar o dinheiro, o líder do grupo recorria a uma vasta rede de indivíduos e empresas laranjas. Na tentativa de ocultar a verdadeira propriedade dos bens, ele adquiria veículos de luxo em nome de pessoas sem recursos financeiros (laranjas).
As propriedades destinadas ao uso pessoal eram adquiridas por meio de uma imobiliária e uma empresa de participações, as quais foram identificadas como responsáveis pela compra de pelo menos três imóveis de alto padrão em Curitiba, utilizados como residências pelo grupo criminoso.