Monitorando atentamente a situação do setor desde que a pandemia da COVID-19 passou a afetar o movimento dos estabelecimentos comerciais em todo o Estado do Paraná, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel – PR) recolhe, frequentemente, dados sobre a situação dos empreendimentos frente à crise. Por meio de uma pesquisa exclusiva que reuniu e analisou o status atual de operação de bares, restaurantes e similares em toda a Curitiba e região, a entidade acaba de divulgar uma pesquisa inédita, realizada nos dias 28 e 29 de julho, que listou um percentual relevante de espaços gastronômicos que têm registrado uma baixa significativa no movimento após o processo de retomada da abertura dos salões para a circulação de clientes na cidade de Curitiba.
A pesquisa realizada pela entidade englobou perguntas voltadas a proprietários e responsáveis por estabelecimentos ligados a alimentação fora do lar. As questões traçam um comparativo de movimento da primeira semana de abertura, movimento aos domingos, cumprimento aos decretos municipais e estaduais, acesso a capital de giro, manutenção da atividade, necessidade de demissões, situação de pagamento de aluguel e interesse em qualificação para gestão de crise.
Em uma amostra com 147 participantes, 44% respondeu que o fluxo na primeira semana de reabertura do salão de seu estabelecimento foi “muito fraco” e 39% disseram que foi “fraco”. Apenas 2% dos entrevistados considerou o início da retomada das atividades como “ótimo”. Com a relação ao fim de semana, dos 60% que funcionam aos domingos, 22% apontaram este dia como o de maior movimento para o empreendimento, sendo que 92% do total de entrevistados garante aplicar integralmente as orientações dos decretos governamentais que implicam no fechamento dos restaurantes aos domingos. “A pesquisa nos possibilita entender e nos aproximar do dia a dia, das necessidades reais do setor e colher dados seguros que irão nos subsidiar com informações cruciais para a defesa dos nossos interesses setoriais e de cada empresa e a tomada de decisões em meio à crise”, afirma o presidente da Abrasel – PR, Nelson Goulart Jr.
Insegurança
Uma das situações mais alarmantes apontadas pelo resultado da apuração é quanto a não obtenção de incentivos monetários e a necessidade de reduzir o número de colaboradores. Dos respondentes, 46% não teve acesso a capital de giro pela burocracia e desinteresse do banco e 10% afirmou problemas cadastrais. Do total, apenas 19% dos entrevistados conseguiram suporte do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE) e 3% usou crédito da Fomento Paraná. “A situação é muito crítica, ainda assim é crucial para os restaurantes manterem as portas abertas, pois mesmo com o movimento baixo é o único oxigênio para não fechar de vez”, explica Nelson Goulart Jr.
A pesquisa ainda mostrou um cenário preocupante em relação a manutenção da atividade. 23% dos participantes afirmou ter interesse em fechar o estabelecimento, 6% disse já ter fechado uma filial, 2% já fechou duas filiais e outros 2% fecharam três filiais. Outro tópico registrou que 77% dos empresários está negociando os pagamentos de aluguéis. Além disso, dos restaurantes participantes, 55% demitiu entre 1 e 15 funcionários e 15% precisou demitir mais de 15 funcionários. “Mesmo com garantia de recurso do tesouro nacional como o PRONAMPE, o incentivo não alcançou a todos e vemos que mais da metade dos empreendimentos ficou na mão. Isso explica a quantidade de demissões registradas no setor em todo o estado e a projeção de que cerca de 15 mil trabalhadores percam seus empregos até o final do ano sem uma ajuda concentra da administração pública”, completa Nelson Goulart Jr.
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