Mais da metade dos moradores de Curitiba se declarou contrária ao ato de dar esmola a pessoas em situação de rua, segundo levantamento do IRG Pesquisas divulgado nesta quinta-feira (30). O estudo, contratado pelo Grupo RIC, também indicou que a maioria dos entrevistados acredita que esse tipo de ajuda direta prejudica o trabalho de acolhimento social realizado na cidade.
A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 28 de outubro e ouviu 1.373 curitibanos por telefone. O levantamento ocorreu logo após o lançamento da campanha municipal “Pra a Ajuda Durar, Mude o Jeito de Ajudar”, promovida pela Prefeitura de Curitiba, que busca conscientizar a população sobre novas formas de colaborar com pessoas em vulnerabilidade. A ação incentiva que as doações sejam direcionadas aos canais oficiais da Fundação de Ação Social (FAS), órgão responsável pelo atendimento a esse público.
De acordo com os dados, 69,5% dos entrevistados afirmaram ser contra dar esmola, enquanto 30,4% se declararam a favor. Além disso, 76,9% consideram que a esmola atrapalha o trabalho de retirada das pessoas das ruas, e apenas 22,7% acreditam que ela ajuda. A pesquisa também mostrou que 82,3% dos curitibanos não tiveram contato com a nova campanha da Prefeitura, e 16,9% disseram já ter visto a iniciativa.
Segundo o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), Curitiba possui 4.090 pessoas em situação de rua, das quais 3.245 têm cadastro atualizado. Mais da metade — 55% — afirma não dormir nas ruas da capital paranaense, o que indica diferentes níveis de vulnerabilidade e reforça a importância de políticas públicas estruturadas.






