Média paranaense foi melhor do que a nacional, mesmo com as restrições devido à pandemia do coronavírus
Micro e pequenos negócios paranaenses têm demonstrado otimismo, iniciado uma recuperação e tem voltado a funcionar, mesmo em meio às restrições de aberturas das empresas por conta da pandemia do Coronavírus no Paraná. Ao todo, 79% das empresas paranaenses estão funcionando, sendo 64% delas com mudanças devido à crise. Os dados paranaenses são melhores que a média nacional, que apontou que 76% dos pequenos negócios estão abertos. É o que apontou a 6ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae, em parceria com a FGV, entre os dias 27 e 30 de julho. Participaram da pesquisa 6.056 empresários em todo o Brasil, sendo 641 deles paranaenses.
A pesquisa apontou ainda indicadores favoráveis que mostram uma leve melhora no cenário econômico. Em todo o Brasil, no final de junho, 40% dos empresários possuíam empréstimos ou dívidas em atraso, e na pesquisa realizado no fim de julho, esse percentual caiu para 36%. No Paraná, o número que era de 37% em junho caiu para 32% na pesquisa mais recente, no final de julho (quinto menor percentual do país). Além disso, no estado, 32% das empresas não possuem qualquer dívida ou empréstimo.
Outro dado que também apresentou ligeira evolução foi a queda de faturamento média dos negócios. No Paraná, em junho, 87,2% das empresas tiveram queda no faturamento e a média da perda de receitas foi de 60%. Já em julho, 79% dos negócios apresentaram perdas e a média na variação do volume de perdas foi de 57%.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, um novo cenário começa se a desenhar com melhores expectativas para os donos de pequenos negócios. “Não temos dúvida da relevância dos pequenos negócios para a retomada econômica do país e da força e capacidade desses empresários. A boa notícia é que já conseguimos enxergar o começo de uma recuperação, mesmo que lenta e variável entre os diferentes segmentos. O importante agora é manter esse ritmo positivo daqui para frente”, destacou.
O levantamento do Sebrae também revelou um expressivo crescimento na proporção de empresas que buscaram empréstimos desde o início da crise. Entre a última semana de março e a última semana de julho, o percentual de pequenos negócios que buscou crédito saltou de 30% para 54%. No Paraná, 49% das empresas já buscaram empréstimos em julho, quarto menor percentual entre os estados. Entretanto, observa-se que esse aumento na procura não tem sido acompanhado, na mesma velocidade, pela oferta de recursos por parte do sistema financeiro. A pesquisa mostrou que, no Brasil, 56% dos empreendedores tiveram seus pedidos de empréstimo negados e apenas 21% conseguiram os empréstimos. No Paraná, os números são melhores. Das pequenas empresas do estado, 32% já conseguiram crédito (3º melhor percentual do país), enquanto 47% dos pequenos negócios foram negados.
Inovação
Ainda de acordo com a pesquisa, a busca pela inovação e digitalização das empresas (em especial dos canais de venda), deixou de ser uma tendência e se tornou realidade para 66% dos pequenos negócios. Entre as diferentes plataformas, a versão comercial do Whatsapp é a ferramenta digital mais procurada. 46% dos empresários ouvidos já usavam o aplicativo antes da crise e 12% aderiram a esse sistema após a chegada da pandemia.
A utilização das tecnologias também é decisiva para as empresas que aumentaram o faturamento durante a pandemia. Entre as empresas paranaenses nesse cenário, 39% passou a vender online e 27% passou a vender mais por delivery.
Local da empresa faz diferença
O levantamento indica que as empresas situadas em locais com maior risco de aglomerações enfrentam mais dificuldade de voltar a funcionar. É o caso das empresas que estão localizadas dentro de feiras ou shoppings populares (42% ainda estão com o funcionamento interrompido) e aquelas que funcionam em algum tipo veículo, como uber e transporte escolar (38% ainda estão fechados). Nesse sentido, os pequenos negócios que funcionam em lojas de rua apresentam o melhor desempenho (apenas 12% deles continuam fechados).
Confira outros dados da pesquisa no PARANÁ
– No Paraná 79% dos pequenos negócios já estão funcionando, sendo 64% com mudanças por conta da crise
– 79% das empresas no estado apresentaram queda no faturamento. A perda média foi de 57%. Para os 6% dos negócios que apresentaram crescimento nas receitas os ganhos médios foram de 30%. A variação média do faturamento foi de -51%.
– Entre as empresas que aumentaram o faturamento 39% delas passaram a vender online, 27% passaram a fazer mais delivery e 17% vendem produtos ou serviços favorecidos pela pandemia. 13% mudaram o modelo de negócios.
– 53% dos negócios já vendiam pelas redes sociais antes da pandemia e 11% passaram a vender durante a crise. 55% das empresas usam Whatsapp business e 44% propagandas no Facebook, no Google e outras redes sociais
– Em relação ao endividamento no Paraná: 36% dos negócios têm dívidas e estão em dia, 32% tem dívidas e estão em atraso e 32% não tem qualquer débito.
– Sobre a busca por crédito: 49% das empresas já buscaram empréstimos, uma das menores marcas do país. Para aquelas que não tentaram, 40% dos empresários afirmaram que a empresa não precisou. Entre os que realizaram os pedidos por crédito, 32% dos empresários conseguiram, 21% aguardam uma resposta e 47% não conseguiram.
– 68% das empresas já implantaram os protocolos de segurança e 13% estão em fase de implementação.
Confira outros dados da pesquisa no BRASIL
– Houve redução de 84% para 81% na proporção de empresas que afirmam que estão sofrendo uma diminuição no seu faturamento. O volume dessa perda de faturamento também registrou uma pequena redução de -51% para -50%.
– Entre os segmentos mais afetados pela crise, o Turismo apresentou uma leve melhora nas perdas do faturamento, de -76% para -74%.
– Outros segmentos que apresentaram melhoras no faturamento: Indústria de Base Tecnológica (de -45% para -35%); Saúde (de -46% para -36%), Moda (de – 56% para -50%), Serviços de Alimentação (de -56% para – 51%), Indústria Alimentícia (de – 40% para – 37%).
– Entre os segmentos que tiveram piora destacam-se: Pet Shop e Serviços Veterinários (de – 24% para – 37%), Agronegócio (de -37% para – 45%), Energia (de – 49% para – 57%), Artesanato (de – 44% para – 47%) e Logística e Transporte (de – 53% para – 58%).
– A maioria das empresas (62%) conhecem e já implementaram os protocolos de segurança definidos pelo poder público para o funcionamento da sua atividade.
– As empresas em locais com maior risco de aglomeração têm mais dificuldade de funcionar. Sendo assim, as empresas que funcionam dentro de feiras ou shopping populares e aquelas que funcionam em algum veículo como Uber e Transporte Escolar, estão sofrendo mais com a pandemia.
– 41% dos Microempreendedores Individuais (MEI) trabalham em casa e 52% das micro e pequenas empresas funcionam em loja/sala de rua.