Após um ano de pandemia o setor é um dos mais afetados e não aguentará por mais tempo sem incentivos fiscais e liberação de empréstimos, segundo donos dos estabelecimentos nada foi feito
Um dos setores mais afetados pela pandemia foi o de bares, restaurantes e eventos. Para se ter uma ideia, dados da Abrasel-SP mostram que se a pandemia durar mais tempo – cerca de 3 ou 4 meses -, restarão apenas 20% dos estabelecimentos desse segmento no país. No estado Paraná, por exemplo, tais medidas restritivas já fecharam 40% dos bares, 30% dos restaurantes, 75% das casas noturnas e 80% das empresas de eventos no estado. O que equivale a uma média de 90 mil vagas de empregos formais e informais no estado fechadas, 30 mil desses empregos só em Curitiba e na região metropolitana. A maior reclamação dos donos desses estabelecimentos, é que muito pouco foi feito por parte do governo para auxiliar as empresas, e quem ainda se mantem, está correndo o risco de fechar muito em breve.
É o caso do James Bar, com mais de 20 anos a casa noturna corre o risco de fechar, se nada for feito. Segundo Ana Priscila Raduy, sócia-proprietária do estabelecimento, sem um esforço governamental para compra de vacinas, conscientização da população e liberação de auxílio as empresas o mais rápido possível, o setor vai sofrer bastante para retomar suas atividades normais. “Não foi feito quase nada por parte do governo que auxiliasse o segmento de eventos em específico. A Câmara dos Deputados aprovou a PL 5638/20 que Cria a Perse – um programa emergencial de retomada do setor de eventos. Esse programa prevê além de parcelamento de dívidas e acesso ao crédito, visando a sobrevivência do setor. Porém, ainda estamos aguardando a aprovação do Senado. Esse programa nos dá esperança de um retorno possível. Entretanto, para sobrevivermos até lá, é urgente a prorrogação do BEM, o programa de manutenção do emprego que autoriza a suspensão dos contratos de trabalho. Precisamos também de vacinas, de conscientização por parte da população, sem isso fica muito difícil retomar os trabalhos. Enquanto não acontece, estamos nos virando para sobreviver”, esclarece.
A empresária conta ainda, que para de manter seu negócio girando, teve que correr atrás, adiar o sonho do apartamento novo, vender o antigo e voltar a morar com o pai. Vender uma parte do seu estoque e peças do seu mobiliário, tudo isso para cumprir com todos os compromissos. “Na época chutei 3 meses. Ia ser difícil, mas sabia que sobreviveríamos. Hoje já não tenho mais essa certeza. Lidamos com a possibilidade de ter que pedir falência toda semana. Não há mais como planejar nada, porque as regras podem mudar de um dia para outro. Trabalhamos com duas telas abertas: em uma fazemos todo esforço possível e imaginável e sobrevivemos. Na outra nos vemos obrigados a fechar definitivamente. No meio das duas telas, fazemos nossos esforços para mantermos a estabilidade emocional e mental”, complementa a empresária.
O abre e fecha também prejudica quem tenta manter seu negócio em pé, já que mesmo com a liberação das atividades não essenciais, as restrições de horário e capacidade de público, o faturamento não é suficiente para cobrir os custos. Além disso, os funcionários acabam sofrendo com a incerteza dos pagamentos de salário. “Aqui no James somos uma família, e todos dependem muito do bar, se tivermos que fechar, as famílias dessas pessoas ficarão desamparadas. Para vocês terem uma ideia, suspendemos os pagamentos dos financiamentos e ficamos inadimplentes, coisa que nunca tinha acontecido em 22 anos de existência da empresa. Para tentar incrementar o faturamento, montamos um delivery de comida mexicana, que está uma delícia por sinal! Só que o sucesso não vem do dia para a noite. Essa operação está crescendo dia a dia, mas como dependemos das plataformas de delivery, acabamos tendo uma rentabilidade muito baixa por conta das taxas pagas para essas empresas e dos cupons que precisamos oferecer aos clientes para crescer dentro das plataformas, por isso precisamos urgente te ajuda. Precisamos que os governantes olhem por nós antes que seja tarde demais”, alerta Ana.
Estratégias para se manter funcionando
Compre agora e leve depois, voucher, assinaturas, delivery, promoções, campanhas de divulgação e arrecadação. São várias as estratégias criadas pelo setor para tentar pagar os funcionários, fornecedores e manter os negócios, mesmo estando fechados por conta do coronavírus e com James Bar não podia ser diferente. Ana conta que eles precisaram se virar e criar opções para tentar manter o negócio. “Nós precisamos nos virar, sem a ajuda governamental, temos que tentar de tudo para manter o James Bar vivo. Hoje, você pode nos ajudar pedindo comida no Dame, através do nosso Goomer, frequentando o James Garden, quando a atividade estiver novamente liberada, comprando os produtos da nossa loja e ajudando nas nossas divulgações. Essas são formas de apoio que somam não só na sustentabilidade financeira, mas também nos dão força para continuarmos. Um dia de cada vez”, finaliza a empresária.
O James Bar fica na Alameda Doutor Carlos de Carvalho, Nº 680, no bairro Centro, em Curitiba. Para mais informações, acesse o site oficial http://www.jamesbar.com.br/ , ou as redes sociais do estabelecimento no Facebook https://www.facebook.com/JamesBarCwb/ ou no Instagram https://www.instagram.com/jamesbarcwb/?hl=pt-br.