Passeata zombie, veganismo e muita música marcaram o domingo carnavalesco em Curitiba

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Curitiba se consolida como a capital que tem o carnaval mais roquenroll do país

Foi em 7 de março do ano 321 que o Imperador Constantino proclamou o domingo como dia de descanso, com o objetivo de organizar o calendário semanal. Era o dia do Deus Sol, divindade oficial do Império naquela época. E foi com muito Sol que a concentração para a Zombie Walk começou logo cedo nas imediações da Praça Ozório. Pouco mais do meio-dia a passeata de zumbis rumou em direção a praça Santos Andrade onde um palco esperava os participantes com shows de das bandas Maktub, Amálgama, Crent´s Tarantino, Favourite Dealer e Queen Imortal.

Ao mesmo tempo, no Janaíno Vegan tinha início uma conversa sobre veganismo e ativismo social com a participação de João Gordo, que se apresentaria a noite no Jokers com os Asteroides Trio e que comanda o Solidariedade Vegan em São Paulo. O projeto Solidariedade Vegan nasceu com o objetivo de alimentar a população carente de São Paulo. A iniciativa começou com a distribuição de algumas marmitas veganas na região do Bixiga em meio à pandemia e hoje visa servir ao menos três mil refeições por mês.

Já no meio da tarde o Lado B recebeu as bandas Anti-Virus e Patada. Com uma combinação de letras poderosas, guitarras enérgicas e uma energia crua, o Anti-Vírus é formado por Otávio Ramone (Voz), Roberto Júnior (Bateria), Gustavo Bellegard (Baixo) e Eleandro Saldanha (Guitarra), a apresentou um som que é tanto rebelde quanto reflexivo. Já a Patada é uma all-girl band que faz um garage punk quente e raivoso, as guitarras são selvagens e a gritaria foi frenética. Tamanho sucesso que a Inácio Lustosa ficou fechada em meia pista para que todos pudessem assistir aos shows.

Ao cair da tarde, ainda como Sol iluminando a São Francisco, começava a se formar uma fila para o primeiro show da noite do Hillbilly Rawhide que está divulgando seu novo disco Keepin’ on Through my Life. Mutant Cox (voz/guitarra/violão), Mark Cleverson (violino/backing-vocal), Marcus Gusso (baixo acústico/backing vocals) e Juliano Cocktail (bateria) desfilaram seus grandes sucessos e apresentaram as novas músicas para o público.

A surf music dos Las Mucuras mostraram que Manaus tem muito mais do que pororoca e foram seguidos pelos Diablos Suicídas do chile e As Cigarras de Curitiba. Quando alguém diz que o rock and roll, nas últimas décadas, se converteu em um gênero musical deslocado dos anseios contemporâneos e que perdeu grande parte de sua influência e relevância social, transferidas para estilos como o rap e o funk, é porque esta pessoa ainda não ouviu As Cigarras. O quarteto curitibano formado por Babi Age (bateria), Maria Paraguaya (voz e guitarra), Rubia Oliveira (baixo) e Tais D’Albuquerque (guitarra) faz um punk rock afiado como antídoto para o chororô dos roqueiros saudosistas que não passaram do rock farofa de um Guns & Roses da vida.
O show do João Gordo & Asteroides Trio mostrou que um veganismo bem usado faz toda diferença. Não é o Ratos do Porão, mas o João que já não é tão gordo, está em ótima forma, fez um show primoroso e com muita vitalidade. Ele, o João, continua protagonizando o que há de melhor no underground brasileiro, sem floreios, nem salamaleques.

Em seguida veio o folkpunk bluegrass direto de Buenos Aires com os Hermanos do Angry Zeta. Mostrando uma desenvoltura musical única, repleta de um instrumental incrível e linhas vocais impressionantes, os argentinos mostraram muito talento, inspiração e competência de forma única e muito sensorial.

Para fechar a noite subiu no palco do Jokers os russos do Messer Chups, um dos grandes nomes do cenário atual da Surf Music. Na estrada desde 1998, oriundo de São Petersburgo, antiga Leningrado, segunda maior cidade da Rússia, grande centro cultural europeu e um importante porto no Báltico. A banda conta com Oleg Gitarkin (guitarra), Svetlana “Zombierella” Nagaeva (baixo e vocal) e “Rocking” Eugene (bateria) e veio pela primeira vez para América do Sul como parte do lançamento do seu mais recente álbum “Dark Side of Paradise” (2024). O show foi bom, mas é necessário sempre fixar a mensagem: “Leave Ukraine and live in Peace!” (“Залишайте Україну і живіть спокійно!”).

O último dia do Festival Psycho Carnival 2025 promete com a grande atração da Alemanha que fecha o evento: Mad Sin – confira toda a programação abaixo:
Segunda-feira
Lado B
12h – Almoço de confraternização (Street Churras)
13h às 13h40 – Wood Surfers (Londrina)

Janaíno Vegan
14h – Bloco Cavalo Babão tocando clássicos do underground curitibano
16h às 16h40 – Fish’n Creepers (Curitiba)
17h às 17h45 – Mongo (Curitiba)

Jokers Pub – Última Noite
19h às 19h30 – The Mullet Monster Mafia (Piracicaba)
20h às 20h35 – Pombo Sem Asa (Curitiba)
21h às 21h40 – Cromulents (Áustria)
22h às 22h45 – Ghost Bastards (Argentina)
23h às 23h45 – Red Lights Gang (São Paulo)
0h às 0h50 – The Brown Vampire Catz (Londrina)
1h15 às 2h15 – Mad Sin (Alemanha)

Serviço:
Jokers Pub – R. São Francisco, 164 – Centro, Curitiba – PR (estacionamento ao lado que fica aberto até o último show)
Valores: ingressos a partir de R$ 30,00 + taxa administrativa na plataforma Bilheto (https://www.bilheto.com.br/comprar/2906/psycho-carnival ).

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