Após cinco semanas de internação devido a uma pneumonia dupla, o papa Francisco, de 88 anos, retornou ao Vaticano neste sábado, 29 de março. A informação foi confirmada por Sergio Alfieri, médico responsável pelo tratamento do pontífice no Hospital Gemelli, em Roma. Segundo ele, a recuperação foi considerada “verdadeiramente surpreendente”.
Francisco foi hospitalizado em 14 de fevereiro após uma crise de bronquite e falta de ar, que evoluiu rapidamente para um quadro grave de infecção respiratória polimicrobiana. Durante o período de internação, os médicos destacaram a complexidade da situação de saúde do papa, agravada pela idade avançada, mobilidade reduzida e pelo fato de ele ter tido parte de um pulmão removida na juventude.
Durante a permanência no hospital, o papa passou por momentos críticos. Uma das situações mais delicadas ocorreu em 22 de fevereiro, quando Francisco sofreu uma crise respiratória aguda. Ele recusou a intubação, optando por um tratamento medicamentoso de risco, que poderia comprometer órgãos vitais. Mesmo diante dessas dificuldades, o tratamento foi bem-sucedido.
O retorno ao Vaticano foi autorizado poucos dias após ele ter ido à sacada do hospital, no domingo, 23, para cumprimentar fiéis reunidos do lado de fora. Na ocasião, ele demonstrou fraqueza ao falar e ao tentar abençoar o público. Segundo os médicos, a voz do papa tem recuperado sua força, e sua dependência de oxigênio suplementar diminuiu significativamente.
Francisco segue em tratamento para uma infecção fúngica e realiza sessões de fisioterapia, terapia respiratória e fonoaudiologia. A mobilidade limitada de um dos braços é atribuída a um trauma anterior à internação. Apesar das recomendações médicas para evitar multidões e permanecer em repouso por pelo menos dois meses, há expectativa de que o pontífice retome parte de sua rotina antes do previsto.