Em uma surpreendente reviravolta no cenário criminal do Distrito Federal, uma professora aposentada foi presa nesta terça-feira (18/6) sob a acusação de liderar uma associação criminosa responsável por fraudar bancos públicos e privados. A operação, denominada “Rainha do Gado”, foi conduzida pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), revelando um esquema que movimentou R$ 32,8 milhões nos últimos cinco anos.
A acusada, Vanesia Maria Rodrigues de Araújo, embora recebesse um salário bruto de R$ 9,4 mil como professora da rede pública, é suspeita de ter coordenado um elaborado sistema de empréstimos fraudulentos com a ajuda de familiares e empregados de instituições financeiras. Entre os envolvidos estão seu marido, Genival Araújo, desempregado, dois filhos, genro, nora, e diversos funcionários de bancos que facilitavam a obtenção de financiamentos com condições irregulares.
A investigação, que durou aproximadamente um ano, descobriu que o grupo utilizava documentos falsificados e alterava temporariamente contracheques de servidores da Secretaria de Educação do DF para inflar a margem de crédito e enganar os bancos, permitindo empréstimos acima da capacidade financeira dos envolvidos. Este artifício evidencia uma brecha grave na segurança dos sistemas de crédito e pagamento.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a liderança de Vanesia no esquema e o estilo de vida luxuoso da família contrastavam starkemente com sua renda oficial. A família possui vários carros e imóveis, incluindo uma fazenda em Esperantina (PI), supostamente adquiridos com o dinheiro das atividades ilícitas.
A operação “Rainha do Gado” resultou na expedição de um mandado de prisão e oito de busca e apreensão, envolvendo um total de 10 pessoas. Cerca de 80 policiais civis participaram da ação, que visa coletar mais provas para robustecer as acusações de lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, a ordem tributária e a administração pública. Os envolvidos podem enfrentar até 40 anos de prisão se condenados.