Estadão Conteúdo
A Caifás, deflagrada na segunda-feira, 19, culminou na prisão do bispo da Diocese de Formosa, Dom José Ronaldo, e também de quatro padres, o vigário-geral e monsenhor Epitácio. Segundo a investigação, os religiosos teriam desviado R$ 2 milhões da Igreja.
Segundo os investigadores, o bispo seria o articulador do esquema de um desvio de dízimos e doações de fiéis e de valores arrecadados em festividades da Igreja Católica. A trama teria sido montada há cerca de três anos, desde 2015, quando Dom José Ronaldo assumiu a Diocese.
O momento em que o dinheiro foi achado no fundo falso do armário do monsenhor foi filmado pelos agentes da Caifás. O vídeo tem cerca de 3 minutos.
"O dinheiro é da paróquia, o dinheiro não é meu", afirmou Epitácio Cardoso Pereira antes de o dinheiro ser encontrado. "Vocês dão uma olhada no banco, o dinheiro que eu tenho é de aposentadoria."
Um dos agentes que fazia as buscas usou um canivete para rasgar o fundo do armário. "Olha o tanto de dinheiro", alerta um dos agentes da Polícia ao abrir o fundo falso.
"Esse dinheiro é da paróquia", diz o monsenhor.
"Eu perguntei para o sr. se tinha mais dinheiro aquela hora, o sr. falou que não tinha", questiona um investigador.
"Tem", admite monsenhor Epitácio.
"Vou perguntar de novo para o senhor. Tem mais dinheiro aqui?", insiste o policial.
"Na casa, não", diz o monsenhor.
Em seguida, outro agente avisa: "Nossa, olha o tanto de dinheiro aqui."
O agente se referia a uma gaveta com notas dobradas de R$ 2, de R$ 5 e de R$ 20 e também muitas moedas.
"Isso aí é de ontem, da coleta", afirma Epitácio Cardoso Pereira
"Ei, seu monsenhor, mas é isso que a gente está perguntando, pedindo para o senhor mostrar o dinheiro todo aqui", diz um agente.
"Esse é da paróquia também", reitera o monsenhor.
Além do dinheiro vivo, os agentes encontraram três caixas de iPhones e um computador macbook. "Por que tem 3 caixas de iphone?", inquiriu um agente.
"Eu comprei, depois eu fui desfazendo de celular", respondeu o religioso.
"O senhor gosta de perfume?", perguntou um investigador ao ver caixas no armário.
"Gosto", respondeu o religioso.