A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) demitiu o professor Luciano Ribeiro Bueno, ex-chefe adjunto do Departamento de Economia, no último dia 9 de agosto. A demissão ocorreu após a conclusão de um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) instaurado pela universidade, resultante da denúncia de assédio sexual feita por uma aluna.
Investigação e Evidências
O PAD foi aberto com base nas acusações da aluna, que formalizou a denúncia na ouvidoria da UEPG em 2 de agosto de 2022. O professor foi afastado do seu cargo no Departamento de Economia uma semana após a denúncia. A investigação administrativa, que começou em 4 de agosto de 2022, obteve mensagens escritas, áudios e vídeos enviados pelo professor à aluna, com conteúdo explicitamente inadequado. Entre as mensagens enviadas estavam frases como “Você sempre olha nos meus olhos”, “Vai querer a chance?” e “O que você quer para ***er gostoso comigo?”.
Decisões Internas e Legais
Apesar do presidente da comissão de investigação se manifestar pela demissão em novembro, a maioria optou por uma suspensão de 60 dias naquela época. A decisão final pela demissão partiu da reitoria e foi oficializada em agosto deste ano, após revisão pela Procuradoria do Paraná.
Paralelamente, o professor também enfrenta um processo criminal, tendo aceitado o pagamento de indenização à vítima em audiência realizada em junho deste ano. O caso agora aguarda determinação da Justiça e foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná.
Outras Investigações e Medidas da UEPG
Em nota, a UEPG informou que atualmente investiga outras 11 denúncias de assédio dentro da instituição. A universidade também ressaltou a existência de canais formais de comunicação entre alunos e professores, bem como canais para denúncias de assédio. Desde 2019, foram intensificadas ações para evitar casos de assédio e discriminação, incluindo a campanha ‘UEPG está de olho’.
Alegações da Defesa
A defesa do professor Luciano Ribeiro Bueno afirmou que ele estava enfrentando “um momento delicado da sua vida particular”, incluindo quadros de Estresse Pós-Traumático e Síndrome de Burnout. Além disso, alegou que ele interpretou equivocadamente os sinais da aluna e não agiu de forma deliberada para se valer de seu cargo e ofender a aluna ou a instituição.
A demissão e o processo judicial em andamento levantam questões sérias sobre a segurança e o bem-estar dos estudantes em ambientes acadêmicos, reforçando a importância de mecanismos eficazes para prevenir e punir comportamentos inadequados por parte de docentes.