Na noite deste domingo (5), o presidente do Athletico-PR, Mário Celso Petraglia, divulgou uma carta aberta direcionada à torcida do clube, abordando pela primeira vez o rebaixamento do Furacão no Brasileirão 2024. O fato marcou um duro golpe no ano do centenário da equipe, considerado um momento histórico que deveria ser de celebração.
No documento, Petraglia fez um desabafo sobre a temporada difícil e destacou os esforços da diretoria na montagem do elenco. Segundo ele, o clube realizou o maior investimento de sua história para alcançar resultados expressivos, mas admitiu que o futebol não é uma “ciência exata”.
“Mudamos nossa casa, o CT, nossa história e nosso patamar. Mas o futebol não é uma ciência exata. No centenário, fizemos o maior investimento da nossa história. E o resultado está aí para provar que dinheiro não garante sucesso”, escreveu o dirigente.
Apesar do tom de frustração, o presidente fez questão de agradecer o apoio incondicional da torcida nas rodadas finais do campeonato, mesmo com o desempenho aquém das expectativas. Petraglia afirmou que foi “movido” pela energia dos torcedores e pela atmosfera criada nas arquibancadas da Arena da Baixada, que recebeu mais de 240 mil rubro-negros durante os últimos jogos da temporada.
“Foi um ato histórico. Isso é sobre participar e pertencer. É sobre a atmosfera que podemos proporcionar a cada jogo – com segurança, com organização, mas também com coração”, declarou, reforçando a importância da união entre o clube e os torcedores.
Petraglia também deixou no ar um mistério sobre o futuro próximo do Athletico-PR, ao mencionar que o “pacto” entre clube e torcida continuará em 2025. Ele prometeu a “maior manifestação de Athleticanismo da história” para a próxima temporada, sem dar detalhes sobre o que seria essa iniciativa.
Veja a carta aberta de Petraglia
Saudações rubro-negras,
Estou prestes a completar 30 anos na liderança do Athletico Paranaense.
Quem viveu antes disso, sabe: não somos mais o mesmo clube.
Mudamos nossa casa, o CT, nossa história e nosso patamar.
Mas o futebol não é uma ciência exata.
No centenário, fizemos o maior investimento da nossa história.
E o resultado está aí para provar que dinheiro não garante sucesso.
Perder batalhas importantes também faz parte do jogo.
Mas respeitar a derrota é diferente de aceitá-la.
Nossa história prova isso.
Cheguei aos 80 anos de vida. E o tempo traz a noção de finitude.
Por isso, estou aqui: para honrar o tempo que me resta.
Chego, enfim, ao ponto central deste pronunciamento.
Torcedor Athleticano,
Sua participação nos últimos jogos em casa mexeu com todos – inclusive comigo.
240 mil rubro-negros lutando pela nossa camisa, mesmo quando o time não correspondia em campo, foi um ato histórico.
Isso é sobre participar e pertencer. É sobre a atmosfera que podemos proporcionar a cada jogo – com segurança, com organização, mas também com coração.
É sobre o que o Athleticanismo é capaz, sobretudo quando o clube oferece condições.
Esse é o pacto. E ele continuará. Só que agora do tamanho da nossa torcida.
Vem aí a maior manifestação de Athleticanismo da nossa história.
Mario Celso Petraglia
Presidente do Conselho Administrativo